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Dia do Orgulho LGBTQIA+: mortes de pessoas LGBT+ cresceram no Brasil em 2021

Programa Conexões conversou com a presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais sobre a luta histórica da comunidade LGBTQIA+

A bandeira arco-íris foi criada pelo artista Gilbert Baker  e usada pela  primeira vez  no Dia de Liberdade Gay de São Francisco, na Califórnia, em 1978.
A bandeira arco-íris foi criada pelo artista Gilbert Baker e usada pela primeira vez no Dia de Liberdade Gay de São Francisco, na Califórnia, em 1978. Reprodução redes sociais

28 de junho é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A data celebra a luta e história da população queer e a reivindicação por direitos. O dia 28 de junho foi escolhido por marcar a revolta de Stonewall, em 1969. O bar de mesmo nome, em Nova York, tinha como frequentadores principais gays, lésbicas, travestis e outros grupos marginalizados. Há exatos 53 anos, durante uma batida policial, essas pessoas se uniram contra uma dessas abordagens humilhantes, iniciando uma série de manifestações e confrontos por dias no bairro de Greenwich Village, naquela cidade. O movimento teve protagonismo de travestis e se tornou um marco na luta por direitos. Ele deu origem à Parada do Orgulho LGBTQIA+, que é realizada anualmente em diversas cidades pelo Brasil e pelo mundo em junho. 
A mobilização tem conquistado avanços, mas a LGBTfobia segue sendo um problema de grandes proporções. As práticas homofóbicas e transfóbicas foram criminalizadas em 2019, em decisão histórica do Supremo Tribunal Federal, equiparada ao racismo, mas as mortes causadas por elas não têm diminuído. Segundo o último relatório do Grupo Gay da Bahia, houve trezentas mortes de pessoas LGBT+ em 2021, entre homicídios e suicídios, número 8% maior que o registrado em 2020, mesmo na fase mais intensa de isolamento social imposto pela pandemia da covid-19. Minas Gerais foi o 3º estado com mais óbitos, 27 ao todo, ficando atrás apenas de São Paulo e Bahia. O levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) contabilizou 140 mortes entre pessoas trans e travestis no ano passado. Além dos números, muitos assassinatos chamam atenção pelos requintes de crueldade. 
O estado brasileiro não realiza levantamentos oficiais sobre as pessoas LGBTQIA+, o que também se reflete na falta de políticas públicas para essa população. Este ano o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) incluiu na Pesquisa Nacional de Saúde, uma pergunta sobre a orientação sexual pela primeira vez. Os resultados foram que apenas 1,9% dos entrevistados se identificaram como gays ou bissexuais. As pessoas trans nem entraram nessa estatística. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) estima que a população LGBTQIA+ no país seja praticamente sete vezes maior que os quase 3 milhões divulgados pelo IBGE, ultrapassando 20 milhões de pessoas. 
O programa Conexões conversou com Keila Simpson, presidenta da ANTRA, secretária da ABGLT e diretora executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG). Na entrevista, ela falou sobre a luta histórica LGBTQIA+, a importância da data de hoje, os avanços que ainda são buscados e exigidos.

Ouça a conversa com a apresentadora Luiza Glória: 

Para acompanhar as ações da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais, acesse o site e siga o perfil no Instagram @antra.oficial.

Produção: Alícia Coura e Arthur Resende sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória