Acolhimento on-line também alcança comunidade surda da UFMG
Intérprete de Libras participa de sessões ministradas por profissionais treinados pela Comissão Permanente de Saúde Mental
Equipe de profissionais capacitados pela Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG vem oferecendo acolhimento, na modalidade a distância, à comunidade universitária em consonância com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS). E graças a uma parceria com o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI), o serviço passou a contar também com a presença de um intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), via Skype, o que o tornou acessível também a servidores e alunos surdos.
Segundo a professora da Escola de Enfermagem Teresa Kurimoto, que integra a Comissão, a expansão do acolhimento a distância para a comunidade surda partiu de uma proposta do NAI. “Entendemos que seria fundamental que os canais de acolhimento fossem acessíveis a toda a comunidade. Dessa forma, o NAI disponibilizou intérpretes de libras para a tradução”, explica a professora. A Comissão Permanente de Saúde Mental e o NAI passaram a trabalhar em conjunto em todas as etapas do acolhimento do processo, desde as capacitações dos profissionais às reuniões de avaliação.
A professora Rosana Passos, da Faculdade de Letras e diretora do NAI, explica que o Núcleo está disponível para atendimento a seus alunos com qualquer tipo de deficiência, via plataforma Skype, de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 15h às 17h. “Se durante esses horários for necessário atender a uma pessoa com surdez, o intérprete de libras participa da sessão”, completa.
O acolhimento é gratuito, e os interessados devem entrar em contato pelo e-mail nai@ufmg.br ou via Skype, pelo naiufmg@outlook.com. No YouTube, estão disponíveis vídeos produzidos pelo NAI com informações em libras sobre o serviço e sobre outros temas relativos à pandemia do novo coronavírus.
Graves crises
Teresa Kurimoto explica que o acolhimento oferecido pela UFMG, em consonância com as recomendações da OMS, é uma estratégia de cuidado proposto para momentos de graves crises ou tragédias de grandes proporções. “Não se trata de uma psicoterapia, pois não demanda necessariamente um psicólogo ou outro profissional especializado em saúde mental. O acolhimento pode ser feito por uma pessoa capacitada especialmente para esse fim", afirma.
A proposta da OMS, de acordo com a professora, é entendida como “apoio humano” à pessoa que esteja sofrendo, para que ela possa compartilhar suas angústias e, por meio da conversa, construir respostas para seu sofrimento. “A simplicidade é um princípio que caracteriza essa proposta. Por isso, o acolhimento é feito, preferencialmente, por telefone, que é um canal rápido, sem burocracia e disponível em qualquer lugar”, justifica a professora.