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Alexander Birbrair, do ICB, é novo integrante da Global Young Academy

Professor foi eleito juntamente com outros 42 jovens pesquisadores em razão da excelência e relevância social de sua produção científica

Alexandre Birbrair, professor do ICB, eleito para mandato de cinco anos na Global Yong Academy
Birbrair vai cumprir mandato de cinco anos na Global Young Academy Arquivo pessoal

O professor Alexander Birbrair, 32 anos, do Departamento de Patologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), foi eleito membro da Global Young Academy (GYA), juntamente com outros 42 pesquisadores de diversos países. Apenas ele e a pesquisadora Fernanda Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), representam o Brasil nesta eleição da GYA, cujo mandato de cinco anos terá início em maio.  

Os jovens cientistas, cujas candidaturas são indicadas de forma sigilosa, passam por duas rodadas de seleção. São escolhidos candidatos com até 40 anos que apresentem “excelente histórico como cientista de sucesso e seu compromisso em aplicar a ciência em benefício da sociedade”, conforme descreveu a carta de aceite enviada pela Academia ao professor.  

O objetivo da GYA, segundo Bibrarir, “é reunir líderes cientistas de todos os continentes, para que, em colaboração internacional, contribuam para a formulação de políticas públicas com base em evidências científicas”. Esse foco, na sua opinião, “é muito importante, porque, se as políticas forem definidas apenas pela ideia de algumas pessoas ou grupos, correm o risco de não serem para o bem comum”.

O professor revela que o apoio da GYA na promoção de eventos que reúnem pesquisadores do mundo inteiro é um grande incentivo. “O que me anima é a possibilidade de participar de um grupo com pessoas renomadas em suas áreas de conhecimento e ter a oportunidade de interagir com elas, o que não ocorreria naturalmente”, comemora o pesquisador, que em 2018 foi selecionado pelo primeiro edital de fomento do Instituto Serrapilheira, com outros 65 pesquisadores de todo o país.

“Ainda não tomei posse oficialmente, mas já fui contatado por pessoas de outros países que nunca pensei encontrar, como Porto Rico e Austrália, porque até agora meu ciclo de colaboradores principais está concentrado nos Estados Unidos e Europa”, comenta. 

Em sua opinião, a dificuldade de interação entre diferentes áreas do conhecimento é problema não só para Brasil, mas de pesquisadores do mundo todo.  “Durante nossa formação e carreira somos incentivados a nos especializar cada vez mais, mas acabamos nos fechando em nosso mundinho. Por isso, iniciativas como essa, também apoiadas pelo Instituto Serrapilheira e pela própria Academia Brasileira de Ciências, são tão importantes para promover a mudança dessa realidade”, afirma o pesquisador.

Gestão e divulgação
Outro foco da Academia Global de Jovens Cientistas, que também inspira o professor em sua própria carreira, é o estímulo à divulgação da ciência e a experiência com gestão de pessoas. Segundo Birbrair, algum momento de suas carreiras, os pesquisadores são chamados a liderar equipes, gerir pessoas e ideias, além de comunicar suas pesquisas para a imprensa e o público leigo. “Trata-se de um desafio, que também precisa ser enfrentado, pois é cada vez mais necessário na carreira de pesquisador”, defende.

Alexander Birbrair conta que, no ano passado, participou de atividade promovida pelo Instituto Serrapilheira, que trouxe da Inglaterra especialistas para treinar os pesquisadores em divulgação científica e liderança. “Foi uma experiência nova, que não tive durante minha formação e que ainda não faz parte da grade da graduação e pós-graduação no Brasil. Como pesquisador, aprender a administrar o próprio tempo é fundamental, porque a divulgação também deve fazer parte de nossa rotina. O público leigo é o contribuinte das nossas pesquisas e precisa conhecer a sua finalidade”, sustenta.

Trajetória
Alexander Birbrair cursou Biomedicina na Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, fez doutorado em Neurociências na Wake Forest University, Carolina do Norte, e residência pós-doutoral em Biologia Celular na Escola de Medicina Albert Einstein, em Nova York. Desde 2016, é professor do ICB. Ele lidera grupo de pesquisa que trabalha na compreensão de como os componentes celulares de diferentes tecidos funcionam e controlam a progressão de doenças.

Leia mais sobre pesquisas lideradas pelo professor nas edições 2.038 e 1.958 do Boletim UFMG.