Saúde

Artigo descreve experiência de telerreabilitação de pacientes com doenças cardiopulmonares

Trabalho, desenvolvido por estudantes da UFMG durante a pandemia de covid-19, foi abordado na última edição da Revista Interfaces

Os pacientes praticavam exercícios em casa, como corrida no quintal e movimentos de subida e descida de cadeira, enquanto eram monitorados pelos cientistas
Os pacientes praticavam exercícios em casa, como corrida no quintal e movimentos de subida e descida de cadeiraFoto: Matheus Espíndola (via DALL-E)

Durante o período da pandemia, pacientes do Hospital das Clínicas (HC) da UFMG com doenças cardiopulmonares tiveram de dar sequência aos seus tratamentos de reabilitação de maneira remota. 

As implicações desse processo foram relatadas por um grupo de pesquisadores da UFMG no artigo Telerreabilitação de crianças e adolescentes com doenças cardiopulmonares durante pandemia de covid, publicado na edição de janeiro da Interfaces – Revista de Extensão da UFMG. 

“Tivemos algumas dificuldades quanto à comunicação e ao acompanhamento dos pacientes. Alguns moravam na zona rural e, para terem acesso à internet, tinham que ir até um centro urbano. Apesar disso, a modalidade de telerreabilitação não comprometeu o vínculo e a adesão ao tratamento”, relata o principal autor do estudo, o doutorando Bruno Alvarenga Soares, do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da UFMG.

As atividades do programa de telerreabilitação foram oferecidas a seis pacientes de dez a 19 anos — cinco deles com diagnóstico de asma e um em período pós-operatório de transplante cardíaco. Todos já participavam do programa de reabilitação presencial antes da pandemia.

De maio a novembro de 2020, os pacientes foram acompanhados por telefone ou videochamadas, uma ou duas vezes por semana. Ao todo, foram realizados 81 teleatendimentos. 

Condicionamento e qualidade de vida
Como explica Bruno Alvarenga, foram propostos os seguintes exercícios, com duração de 40 minutos: caminhada e corrida no quintal, subida e descida de degraus, polichinelos, movimentos de levantar e sentar na cadeira e marcha lateral. "Enquanto se exercitavam, os pacientes eram observados por um integrante do projeto", detalha.

O objetivo das atividades é reduzir a dispneia, melhorar a força muscular respiratória e o condicionamento cardiorrespiratório. “Algumas doenças respiratórias provocam o acúmulo de secreção nos brônquios, e a fisioterapia adota técnicas que favorecem a eliminação dessas secreções (expectoração)”, explica Bruno Alvarenga.

Pulseiras cardiofrequencímetras, que medem a frequência cardíaca, a duração do treino e o consumo calórico, foram emprestadas aos pacientes que não tinham condição de comprá-las. De acordo com o pesquisador, não houve intercorrências durante nem após os atendimentos. 

Também assinam o trabalho Eduarda de Assis Oliveira, Luana Céfora Godoy, Mariana Rodrigues Costa, Izadora Grazielle Taylor da Matta, Fernanda de Cordoba Lanza, Kimberly Braz Batista, Luciano Fonseca Lemos e Daniella Rocha Cardoso, todos da UFMG.

A Interfaces – Revista de Extensão da UFMG está disponível para download.