O universo dos afetos, das inteligências e das experiências sensíveis de uma comunidade indígena são abordados no primeiro romance da atriz e diretora Rita Carelli. Em Terrapreta, depois de um evento inesperado, a jovem Ana precisa deixar para trás sua vida de estudante num colégio de classe média em São Paulo para morar numa aldeia indígena do Alto Xingu. É nessa aldeia que o seu pai, um dedicado arqueólogo, busca encontrar a comprovação da ocupação milenar dos povos indígenas naquela região, enquanto ela se fascina pelo cotidiano da aldeia, com seus mistérios, seus ritos e seus mitos. Transitando entre São Paulo, Xingu e Paris, Terrapreta acompanha o processo de autodescoberta da jovem Ana e de como as culturas ao seu redor auxiliaram nessa jornada. 

A atriz e diretora Rita Carelli foi convidada para  falar sobre o romance Terrapreta no programa Universo literário desta terça-feira, 27. Na conversa com a apresentadora Michelle Bruck, a escritora explicou sua relação com o povo indígena, seus trabalhos anteriores e os desafios do processo de construção do romance. 

“Existem mais de 170 línguas faladas no brasil e essas línguas estão vivas. Uma família não indígena, de classe média, ir numa livraria comprar um livro sobre uma cultura indígena, e o livro estar também na língua do povo a que se refere, é uma provocação sobre a  nossa enorme ignorância em relação as essas culturas indígenas que estão aqui nesse território”, pontuou.

Produção: Carlos Ortega e Marden Ferreira, sob orientação de Luíza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Luíza Glória