Auditoria-geral da UFMG celebra jubileu de ouro com congresso sobre ferramentas de auditagem
Evento terá discussões sobre evolução tecnológica na área, com participação de representantes de órgãos de controle
![Foca Lisboa Auditório do CAD 1, onde será a abertura do Cobaci.](https://ufmg.br/thumbor/HYGRSbnSIhiaGr5U6smlJaQepI0=/0x0:3010x2007/712x474/https://ufmg.br/storage/7/5/d/7/75d78abd26b7e4adffad928d9009eb54_16590114950347_1229813939.jpg)
Em 2022, a Auditoria-geral da UFMG completa 50 anos de fundação. O jubileu de ouro será comemorado com a realização, de 1º a 3 de agosto, do Congresso Brasileiro de Auditoria e Controle Interno (Cobaci), sediado pela primeira vez na Universidade. O evento é promovido pela União Nacional dos Auditores do Ministério da Educação (Unamec).
A Auditoria-geral é um órgão de assessoramento do Conselho Universitário, que tem a missão de apoiar o funcionamento e a evolução da Instituição, aprimorar os controles internos, aumentar a eficácia e fortalecer a gestão. “Trabalhamos de modo a contribuir com a gestão para que ela possa gerar transparência na utilização dos recursos públicos ‒ ou seja, se estão sendo distribuídos e aplicados de maneira eficiente”, resume a auditora-geral Terezinha Freitas. Ela será a responsável por apresentar a história do órgão na mesa de abertura do Cobaci, no dia 1º de agosto, a partir das 8h30, no Auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas 1 (CAD 1), no campus Pampulha.
A Auditoria-Geral foi instituída em 1972 como serviço vinculado ao Conselho Universitário, conforme estabelecido no Estatuto da UFMG. A implantação definitiva se deu em julho de 1974. Na edição de 11 de outubro daquele ano, o Boletim UFMG, então recém-criado informativo da Universidade, trazia uma nota intitulada Auditorias: “A Reitoria assinou convênio com a Faculdade de Ciências Econômicas para a execução de serviços de auditoria contábil e financeira, a fim de se atenderem exigências constitucionais, estatutárias e normas do Tribunal de Contas da União”, informava o texto. Naquela época, a Face ainda funcionava no prédio da Rua Curitiba, no Centro de Belo Horizonte ‒ a mudança para o campus Pampulha só ocorreu em 2007.
Em edição especial do Boletim sobre o Serviço de Auditoria da UFMG, publicada em 10 de outubro de 1975, são mencionadas auditagens em andamento na Universidade: “Presentemente, os auditores estão empenhados em inspeções regulares junto à Faculdade de Farmácia (incluindo a Farmácia Universitária) e à Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), por solicitação do seu Conselho de Curadores. Estão sendo procedidos, também, os exames prévios da prestação de contas do Diretório Central dos Estudantes ‒ gestão 1974/75 ‒ para instrução do processo em poder da Comissão de Orçamento e Contas, do Conselho Universitário”.
Ao longo do tempo, as práticas realizadas pela Auditoria-geral passaram por profunda transformação, bem como a própria natureza do trabalho realizado pelo órgão, cujo regimento está na terceira versão: o primeiro foi publicado em 1985, o segundo, em 2006, e o atual, em vigor desde 2021. A Auditoria-geral funciona no quarto andar do prédio da Reitoria, e o corpo técnico é formado por sete servidores: além da auditora-geral e da adjunta, reúne outras duas auditoras, uma contadora, uma administradora e um assistente em administração. “Hoje, a Auditoria trabalha como órgão de apoio à administração. Aquele trabalho feito anteriormente, de forma policialesca, não existe mais”, compara Freitas.
![Foca Lisboa Terezinha Freitas: trabalho visa à transparência e eficiência na gestão dos recursos públicos](https://ufmg.br/thumbor/G1GkvkhjAA6KrXz4ueLFfD1UBnc=/58x158:1920x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/3/9/d/c/39dce9ec06e3c838ce39ac7d22238ce5_16589445105657_1680382326.jpg)
IA na auditagem
As ferramentas contemporâneas da auditoria serão a tônica das discussões desta edição do Cobaci, que tem entre os convidados o precursor do uso da inteligência artificial (IA) nas atividades de auditagem, o economista Miklos Vasarhelyi, catedrático do Departamento de Contabilidade e Sistemas de Informação da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.
A auditora-geral da UFMG ilustra como ferramentas de IA podem ser utilizadas: “Temos um sistema disponibilizado pela Controladoria Geral da União (CGU) que, automaticamente, analisa todos os processos de licitação. Se esses ‘robôs’ detectam algum problema, não precisamos esperar o processo terminar para que seja corrigido. Assim, conseguimos trabalhar de maneira preventiva”, detalha Freitas.
O Cobaci terá vários palestrantes de referência do corpo técnico de auditores das instituições federais de ensino, como a vice-presidente do Instituto Mineiro de Direito Administrativo, Tatiana Camarão, professora de pós-graduação da PUC Minas, a professora e pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Rossana Guerra, também auditora do Ministério Público do Estado da Paraíba, e o auditor federal de Finanças e Controle Giovanni Pacelli. O congresso também abrangerá discussões sobre a Lei de Acesso à Informação e a Nova Lei de Licitações e Contratos.
Outro destaque da programação será a palestra Controle social: ferramenta da sociedade, gestão e auditoria, com a participação da coordenadora geral da unidade de auditoria interna do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, Maria Luiza Firmiano Teixeira, e do superintendente de Integridade e Controle Social da Controladoria Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG) , Thomaz Anderson Barbosa da Silva. A mediação ficará a cargo do auditor federal de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU), Leandro de Brum.
“Nessa palestra, convidamos a sociedade para conhecer e acompanhar a gestão dos recursos públicos e para refletir criticamente sobre os gargalos que impedem o avanço do tema”, antecipa a auditora-geral da UFMG. Segundo ela, o fortalecimento e o controle da governança pública induzem avanços em todos os processos. “Conseguimos, assim, entregar para a sociedade serviços mais adequados às nossas atividades e melhorar a qualidade dos gastos públicos”, afirma a auditora-geral.