O próximo domingo (10/11) será o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), etapa obrigatória para o ingresso nas instituições federais de ensino superior e em várias universidades estaduais. Na corrida por uma vaga nos cursos de graduação, os estudantes não tiveram as mesmas oportunidades de aprendizado. No Brasil, as enormes desigualdades sócio-econômicas também se manifestam nas trajetórias escolares de crianças e adolescentes. 

Jovens de família rica podem se matricular nas escolas mais caras, enquanto aqueles de baixa renda costumam sofrer com deficiências encontradas em grande parte da rede pública. O episódio 14 do Outra Estação fala sobre os chamamos cursinhos comunitários ou populares, que contribuem para alunos menos favorecidos chegarem mais preparados ao Enem. Você sabia que, só no município de Belo Horizonte, existem mais de 20 desses projetos?

Membros de três cursinhos foram entrevistados por nosso programa, que também conta as histórias de duas estudantes que frequentaram aulas nesses projetos. O tema da desigualdade de oportunidades educacionais foi conversado com o coordenador do Núcleo de Inteligência do Movimento Todos Pela Educação, Caio Sato, e com Flávio Carvalhaes, professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Carvalhaes estuda a relação entre educação e desigualdade sócio-econômica.

Semelhanças e diferenças

Em BH, existem pelo menos 23 cursinhos comunitários, segundo levantamento do Instituto Equale, associação sem fins lucrativos que busca auxiliar a criação de ações desse tipo e fortalecer as já em atividade na Região Metropolitana. O objetivo dos projetos é o mesmo: apoiar pessoas que tiveram trajetórias escolares precárias. Porém, as iniciativas têm diferenças entre si. O primeiro bloco do Outra Estação mostra como funcionam três cursinhos: o Humanizar, a Rede Educafro em Minas e o TransEnem, este último voltado para estudantes transexuais e travestis.

Dificuldades e muito esforço

Você sabe como pesquisadores medem desigualdades nas trajetórias escolares? Quais são os principais dados considerados nessa medição? Como tais desigualdades se relacionam com as sócio-econômicas? Essas questões são encaradas no segundo bloco do nosso programa, que também conversou com especialistas para discutir de que maneira estudantes de baixa renda podem ser afetados por uma mudança planejada pelo Ministério da Educação: a digitalização da aplicação das provas do Enem.

Além disso, contamos as histórias de duas alunas que frenquentaram cursinhos comunitários em BH e agora tentam realizar o sonho de cursar uma graduação. Uma delas é Jenifer Houston, mulher trans que, depois de sofrer muito preconceito na escola, recuperou o gosto por estudar. Por sua vez, Sabrina Luiza de Jesus nos disse que as aulas serviram não apenas para ela aprender mais, como também para ter um novo olhar sobre o lugar onde vive, o Aglomerado da Serra.

Para saber mais sobre o tema

Página do cursinho Humanizar no Facebook

Página da Rede Educafro no Facebook

Site do Instituto Equale, que busca auxiliar a criação de ações desse tipo e fortalecer as já em atividade na Região Metropolitana

Sites de outros cursinhos existentes em BH, não citados em nosso programa: Equalizar; TransVest; Educar; Conceição Evaristo; Emancipa;

Produção

O episódio 14 do Outra Estação teve apresentação de Alessandra Ribeiro. A produção e edição foi de Tiago de Holanda, Arthur Bugre e Luana Lima. Trabalhos técnicos de Breno Rodrigues. Coordenação de jornalismo de Paula Alkmim. Coordenação de operações de Judson Porto. E coordenação de programação de Luiza Glória.

O Outra Estação explora, semanalmente, um tema de interesse social, buscando dados e conversando com pessoas que possam trazer contribuições sobre o assunto. Na Rádio UFMG Educativa (frequência 104,5 FM), o programa vai ao ar às quintas-feiras, às 18h, com reprise na sexta, às 7h30. O programa também está disponível nos aplicativos de podcast.