Autossuficiência energética: usinas fotovoltaicas são instaladas nos CADs 1 e 3
Energia solar captada pelos painéis deverá gerar, por ano, economia de R$240 mil nas contas de luz; volume excedente poderá abastecer outras edificações do campus Pampulha
As usinas fotovoltaicas instaladas nos telhados dos Centros de Atividades Didáticas (CADs) 1 e 3 da UFMG foram ligadas neste mês, e a expectativa é que possam reduzir as contas de luz da Universidade em cerca de R$ 240 mil, por ano.
Os 669 painéis proporcionam área de 1500 metros quadrados de captação solar, o que representa potência instalada de 275,2 kWp (quilowatt pico). Em entrevista à TV UFMG, o engenheiro Felipe Coura, da Pró-reitoria de Administração, faz uma comparação para explicar a capacidade de geração das duas usinas. “A energia daria para alimentar por volta de 140 residências com consumo médio de 200 KWh por mês. Esperamos zerar as contas de luz dos CADs”, explica.
Além de tornar os dois prédios energeticamente autossuficientes, as usinas também poderão gerar cargas excedentes para abastecer outras edificações do campus Pampulha. De acordo com o professor Braz Cardoso Filho, do Departamento de Engenharia Elétrica e presidente da Comissão Permanente de Gestão Energética, Hídrica e Ambiental da UFMG, a instalação das usinas resolve duas demandas da Universidade de uma só vez: reduz os gastos com as tarifas de energia elétrica e a necessidade de buscar fontes de geração limpas e sustentáveis. “Temos a perspectiva de fazer a operação do campus em modo ilhado, ou seja, se faltar energia fornecida pela Cemig, a gente conseguiria suprir pelo menos as cargas críticas com a nossa capacidade de geração", explica o professor.
Uma terceira usina, também no campus Pampulha, está em construção no Centro de Atividades de Ciências Humanas (CAD 2).
Campus como laboratório
A instalação das usinas é um dos eixos do projeto Minirrede de Energia Oásis UFMG, iniciado em 2019, com base em parceria entre o Laboratório Tesla Engenharia de Potência, o Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG e o Departamento de Gestão Ambiental (DGA) da Universidade.
A tecnologia de microrredes é uma iniciativa pioneira da UFMG. De acordo com o professor Braz, o objetivo é que esse projeto-piloto possa transformar o campus Pampulha em um laboratório de pesquisas na área de eficiência energética, com desenvolvimento tecnológico e formação de pessoal para atuar em sistemas de captação, produção e armazenamento de energia.
Além das usinas fotovoltaicas, a Universidade investe na energia gerada por microturbinas a gás, e o projeto ainda prevê ajustes de contratos com a compra de fontes alternativas de energia, com custo final mais baixo, e capazes de diminuir a pressão sobre as fontes hidráulicas em período de grave crise hídrica no Brasil.
Produção e reportagem: Olívia Resende
Edição de imagens: Marcelo Duarte
Edição de conteúdo: Olívia Resende
Imagens: Ravik Gomes, Ângelo Araújo, Cedoc TV UFMG, Felipe Coura e Ownergy Solar.