Meio Ambiente

Café Controverso debate impacto da mineração de ferro em Brumadinho

Geólogos vão analisar conflitos que envolvem a atividade no município, que já dura meio século

Barragem 1 do Córrego do Feijão, que rompeu em janeiro, foi construída em 1976 pela Feterco Mineração
Barragem 1 do Córrego do Feijão, que rompeu em janeiro, foi construída em 1976 pela Feterco Mineração Guilherme Venaglia / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

O desastre ocorrido em Brumadinho, em 25 de janeiro passado, não deixa dúvidas sobre a necessidade de se repensar a exploração de minério de ferro no Brasil. Os problemas que envolvem essa atividade, no entanto, não se resumem ao rompimento das barragens de rejeitos: desde seu surgimento, há mais de meio século, a mina do Córrego do Feijão tem transformado o ambiente e a comunidade local. Analisar esse cenário é a proposta do Café Controverso deste sábado, 23, a partir das 10h, no Espaço do Conhecimento UFMG.

Para falar sobre o tema A mina do Feijão antes do rompimento: uma perspectiva histórica, o museu recebe o geólogo especialista na área de economia e política mineral e professor aposentado da UFMG, Claudio Scliar, e o também geólogo e professor de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) Paulo de Tarso.

Conflitos do minério
Para compreender o papel que a mineração desempenha na região do Quadrilátero Ferrífero, onde está localizado o município de Brumadinho, é necessário ir além da questão geográfica e tratar do contexto histórico que envolve o aproveitamento de minério. “São vários os embates que existem em qualquer atividade econômica. A tragédia, o desastre, o crime, tudo isso é reflexo de conflitos travados pelos diferentes usos do território”, afirma Claudio Scliar.  

A própria Brumadinho exemplifica esse cenário descrito pelo professor Scliar, uma vez que nela coexistem as atividades mineradora e turística, além da ocupação do espaço pela comunidade, pela fauna e pela flora. Para o professor Paulo de Tarso, essa relação já é difícil há muito tempo. Antes do rompimento da barragem, questões como a degradação, a modificação da paisagem e os problemas viários, por exemplo, já se manifestavam. “Os problemas ambientais sempre existiram, mas não eram percebidos por conta da legislação”, pontua. No debate, o geólogo da Ufop abordará o histórico de leis ambientais que regulamentam a mineração no país. 

Para participar do evento, não é necessário realizar inscrição prévia. O público poderá participar com perguntas aos especialistas. O Espaço do Conhecimento está localizado na Praça da Liberdade, 700

Participa UFMG-Brumadinho
O Café Controverso de fevereiro integra as atividades do Participa UFMG – Brumadinho, programa da Universidade que tem o objetivo de assistir a população atingida pelo rompimento da barragem com ações de curto, médio e longo prazos.

Com Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento