Caminhão-museu traça os ‘itinerários da independência’
Exposição aberta nesta quarta-feira, no campus Pampulha, comemora os 95 anos da UFMG e os 200 anos de emancipação do Brasil
Comparado a um transformer por sua capacidade de se adaptar para abrigar diferentes exposições, o caminhão-museu do Projeto República da UFMG saiu de Brasília para receber, pela primeira vez, a mostra Itinerários da independência. Ela foi aberta na tarde desta quarta, 6, e o caminhão permanece estacionado em frente à Reitoria até amanhã, 8 de julho. A exposição foi montada com apoio do Senado Federal, por meio da Comissão Especial Curadora do Bicentenário da Independência do Brasil, e sua passagem pela UFMG integra as comemorações dos 95 anos da Universidade e dos 200 anos da própria emancipação do país.
Essa é a terceira exposição itinerante do caminhão-museu, estruturado em 2013 pelo Projeto República, e a primeira cuja curadoria e montagem foram totalmente realizadas por estudantes de graduação e de pós-graduação da UFMG. O grupo também é responsável por guiar os visitantes.
Passado, presente, futuro
Durante a abertura, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, disse estar duplamente emocionada com a exposição por trazer à tona o bicentenário da independência no mesmo momento em que a Universidade comemora seus 95 anos. “Os anseios de liberdade dos movimentos de independência significam muito para nós como instituição e reforçam nossas reflexões sobre a palavra futuro. Pensar o passado é pensar o presente e também programar o nosso futuro”.
Quem passar pelo transformer estacionado em frente à Reitoria poderá compreender muitos fatos que marcaram a independência do Brasil e conhecer personagens como as mulheres que participaram desses movimentos, para além das margens do Rio Ipiranga, conforme frisou a professora Heloísa Starling, coordenadora do Projeto República.
Segundo Heloísa, “o caminhão abre a história do ciclo revolucionário da independência, traz as histórias de estados que não queriam se tornar independentes e de personagens esquecidos, como as mulheres que tiveram voz pública e ocuparam um lugar considerado inacessível para elas". O caminhão-museu reúne perfis de oito personalidades femininas (Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, Bárbara de Alencar, Ana Maria José Lins, Maria Felipa de Oliveira, Maria Clemência da Silveira Sampaio, Maria Quitéria de Jesus, Imperatriz Leopoldina, Uma menina baiana), cujos rostos nos painéis só conseguem ser vistos a distância e são “apagados” de perto em alusão ao próprio fato de terem sido esquecidas.
Outras personalidades relevantes no processo de independência podem ser conhecidas e vistas durante a visita por meio de podcasts, livros e quadrinhos. Nesta quinta, 7, o caminhão-museu permanece aberto até as 17h. Na sexta, 8, último dia da exposição, a visitação vai das 9h às 21h.