Extensão

Montes Claros sedia seminário sobre frutos do cerrado

Sustentabilidade no agroextrativismo foi o foco das discussões

O professor da UFMG em Montes Claros, Fausto Makishi
O professor da UFMG em Montes Claros, Fausto Makishi Foto: Ana Cláudia Mendes | UFMG

Agroextrativistas, pesquisadores, extensionistas, representantes de cooperativas e organizações não governamentais se reuniram no campus da UFMG em Montes Claros para o II Seminário Regional Frutos do Cerrado – Agroextrativismo Sustentável, realizado pelo Consórcio Intermunicipal Multifinalitário para o Desenvolvimento Ambiental Sustentável do Norte de Minas (Codanorte). 

O evento foi uma das atividades de encerramento do Projeto de Desenvolvimento Sustentável das Frutas Nativas e Plantadas da Agricultura Familiar para o Norte de Minas Gerais, que desde 2023 desenvolve atividades de capacitação para 200 agroextrativistas, produtores rurais e agricultores familiares em 25 cidades do Norte de Minas, além de capacitação para técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).

Durante a abertura do seminário, o diretor do campus Montes Claros, professor Hélder dos Anjos Augusto, destacou a importância da iniciativa. “Nós entendemos que este é um momento de compartilhamento, de discussões, dentro de uma lógica de conhecimentos populares e tradicionais, fazendo esta interconexão com os diversos profissionais. É também um momento de compartilhamento de sabedorias e de quebrar barreiras. Estamos dentro da universidade, que tem por obrigação abrir essa janela de oportunidades para estas discussões. Porque, muitas vezes, temos conteúdos programáticos previstos nos programas pedagógicos de cada eixo do conhecimento e que nem sempre são tratados em sala de aula. Este saber construído passa por eventos como este”, afirmou.

O superintendente de desenvolvimento agropecuário da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), João Denilson de Oliveira, falou sobre os trabalhos realizados durante o Projeto de Desenvolvimento Sustentável das Frutas Nativas e Plantadas da Agricultura Familiar para o Norte de Minas Gerais. Ele vê a iniciativa como um passo importante para avançar nos trabalhos junto aos agroextrativistas. “O encerramento de hoje é o coroamento de uma ação muito abrangente. que teve vários pilares em sua execução. e que abre caminhos para ampliar esse tipo de processo e de ação para fazer com que a promoção, o incentivo ao consumo e agregação de valores dos frutos do cerrado seja uma constante na execução de nossas políticas públicas”, pontuou.

Desafios

O professor da UFMG em Montes Claros, Fausto Makishi, também participou do evento. O docente, que atua junto a comunidades agroextrativistas e cooperativas do Norte de Minas há cerca de sete anos, falou sobre os desafios da atividade na região e os caminhos para promover o agroextrativismo. “Os desafios são muitos: existem problemas de logística, de produção, de caixa, locais de difícil acesso, tem atravessador, falta canal de distribuição, adequação de produto às exigências do mercado. Então, precisamos gerar números, porque esta economia do agroextrativismo muitas vezes acaba sendo invisível para os municípios, para o estado. Precisamos entender o agroextrativismo como um arranjo completo. Não estamos falando somente de gerar renda, que é uma consequência. As ações de agroextrativismo sustentável no Norte de Minas precisam ser pensadas de forma setorial”, ressaltou. 

Para a agroextrativista Vicentina Bispo, do município de Januária, no Norte de Minas, a universidade tem um papel fundamental neste processo. “É importante que as universidades façam projetos voltados para nós. Precisamos de trabalhos que não fiquem engavetados, que sejam colocados em prática”, disse.

O II Seminário de Frutos do Cerrado – Agroextrativismo Sustentável foi uma realização do Codanorte e  da Seapa, como apoio da UFMG Campus Montes Claros, da Emater, do Núcleo do Pequi e QualifiK.

Ana Cláudia Mendes | Cedecom Montes Claros