Campus Pampulha terá dia de vacinação contra a covid-19 para crianças com autismo
Ação, marcada para 9 de fevereiro, contará com atividades lúdicas e de orientação sensorial; inscrições estão abertas
Com o objetivo de viabilizar e humanizar a vacinação contra covid-19 de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), programas da UFMG promoverão, no dia 9 de fevereiro, das 8h às 17h30, a ação Vacina bem, em espaço interdisciplinar adaptado sensorialmente.
A ação, que será realizada no Laboratório de Integração Sensorial (Lais), localizado na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), campus Pampulha, é uma iniciativa do Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (Praia), vinculado à EEFFTO e à Fafich, em parceria com o Programa Primeira Infância Plena e com o projeto de extensão do Polo de Vacinação contra a Covid-19, ambos da Escola de Enfermagem.
O evento incluirá acolhimento para as famílias e crianças, orientação visual e sensorial sobre vacinação, atividades lúdicas de integração sensorial e com brinquedos. “As atividades propostas contribuem para redução da ansiedade, aumento do bem-estar, com ganhos físicos e emocionais, melhoras na interação social e nas habilidades de comunicação, redução de barreiras comportamentais e do estresse”, explica a professora Delma Simão, da Escola de Enfermagem, coordenadora do Primeira Infância Plena.
Durante a ação, alunos dos cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional, Psicologia, Fisioterapia e Educação Física atuarão de forma integrada no atendimento humanizado de todos os presentes.
As vagas são limitadas. Para participar, é necessário se cadastrar até 6 de fevereiro. A caderneta de saúde e os documentos de identidade da criança e do responsável devem ser levados no dia da vacinação. A data de aplicação da segunda dose ainda será definida.
Alteração de rotina
Delma Simão explica que, apesar de crianças com TEA não representarem grupo de risco para a pandemia – muitas são assintomáticas –, os efeitos da covid-19 ainda são sentidos. Tanto para a criança quanto para a família, a mudança de rotina e a falta de ambientes adequados para educação e desenvolvimento desencadeiam alterações de humor e podem causar piora dos sintomas.
“Outro ponto importante é que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a alteração de rotina provocada pelo distanciamento social afeta o sono de crianças autistas mais do que o de crianças neurotípicas”, afirma a professora. “Além disso, por terem sensibilidade sensorial diferenciada, essas crianças podem estar mais sujeitas à contaminação, quando põem coisas na boca, encostam em objetos contaminados, deixam de higienizar as mãos corretamente", justifica. Delma Simão lembra ainda que pessoas autistas, em geral, têm dificuldades de usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de manter o distanciamento exigido pela crise sanitária, o que as torna ainda mais vulneráveis ao contágio pelo coronavírus.
O Praia é coordenado pelas professoras Ana Amélia Cardoso, do Departamento de Terapia Ocupacional da EEFFTO, e Maria Luísa Nogueira, do Departamento de Psicologia da Fafich. O Polo de Vacinação contra a Covid-19 da Escola de Enfermagem é coordenado pela professora Sheila Lachtim, vinculada ao Departamento de Enfermagem Maternoinfantil e Saúde Pública, assim como Delma Simão.