Campus Saúde recebe segunda audiência pública sobre processo seriado na UFMG
Pró-reitor de Graduação, Bruno Teixeira, defendeu que a proposta seja resultado de construção coletiva
A Pró-reitoria de Graduação (Prograd) promoveu, na última quarta-feira, dia 22, a segunda audiência pública sobre o processo seletivo seriado para ingresso na graduação da UFMG. Na presença de servidores técnico-administrativos, docentes, estudantes e gestores dos cursos do campus Saúde, o pró-reitor de Graduação, Bruno Otávio Soares Teixeira apresentou a proposta e a importância da participação da comunidade. “É muito importante ouvi-los a respeito dessas reflexões, uma vez que uma proposta como essa só pode ser efetiva se construída com todos e seguida de um processo de autoavaliação e aprimoramento”, defendeu Bruno Teixeira.
A proposta em discussão prevê a adoção do processo seriado como forma alternativa de seleção, e a ideia é que ele conviva com a modalidade atual, que utiliza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Em sua fala, o pró-reitor relembrou o contexto histórico das discussões sobre o vestibular da UFMG. No fim de 2019, a universidade criou um grupo de trabalho para estudar o acesso às vagas do ensino superior no Brasil. A comissão foi instituída para analisar os efeitos da adesão à Universidade pela entrada do Enem/Sisu. Agora, em 2023, já são dois grupos de trabalho instituídos: um trata da elaboração de propostas de diretrizes para o processo seriado de ingresso nos cursos de graduação, e o outro se atém à avaliação do Vestibular de Habilidades.
A pró-reitora adjunta de Graduação, Maria Flores, apresentou as ações desenvolvidas até o momento e os objetivos do processo seriado. Segundo ela, “é preciso pensar na graduação numa perspectiva de formação crítica e cidadã”. Maria Flores afirmou também que a UFMG tem feito estudos minuciosos sobre as experiências de 14 universidades públicas brasileiras que utilizam processos seriados.
Traçar estratégias
Integrante do GT do processo seriado, a professora Juliana de Fátima Souza, da Faculdade de Educação, destacou a importância desse trabalho de cotejamento das experiências com as instituições que já adotam o modelo. “Tomando por base as 14 instituições que aplicam a seleção seriada, podemos traçar estratégias que fazem sentido para o nosso contexto e estabelecer diálogo tanto com os alunos quanto com os professores e as escolas”, afirmou.
A UFMG oferece 6.740 vagas distribuídas entre 91 cursos de graduação. Até 2013, a Universidade preparava e aplicava seus próprios vestibulares, e a partir de 2011, o Enem tornou-se a primeira etapa da prova. Em 2014, houve a adesão ao Sisu. Cursos que demandam processos seletivos específicos mantiveram os seus vestibulares: as formações na área de artes e três licenciaturas - Formação Intercultural de Educadores Indígenas (Fiei), Licenciatura em Educação no Campo (Lecampo) e Letras-Libras.
Se a proposta for aprovada após as discussões, a expectativa é que os exames possam ser aplicados em dezembro de 2024 para alunos do primeiro ano do ensino médio. Assim, os primeiros calouros selecionados por meio do vestibular seriado ingressariam na Universidade no primeiro período letivo de 2027. O percentual de vagas destinado a cada processo seletivo ainda será definido. A pró-reitoria de Graduação também destacou a importância das políticas afirmativas na democratização do acesso ao ensino e garantiu que os parâmetros da Lei de Cotas serão respeitados em todas as etapas de implementação do novo processo seletivo.
O campus Montes Claros sediou, em outubro, a primeira das três audiências públicas programadas pela UFMG. A próxima está marcada para quarta-feira, dia 29, às 14h, no campus Pampulha. A última, programada para 5 de dezembro, também no campus Pampulha, é direcionada aos professores e gestores das escolas de educação básica.