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Candidatos ao governo de Minas apresentam propostas para a Cidade Administrativa

Quatro postulantes responderam à reportagem da UFMG Educativa

A Rádio UFMG Educativa questionou os candidatos ao governo de Minas Gerais sobre suas posições em relação ao futuro da Cidade Administrativa A solicitação foi feita a todos os candidatos, sendo que, até a data de veiculação desta matéria, responderam aos questionamentos Alexandre Flach (PCO), Antonio Anastasia (PSDB), Dirlene Marques (PSOL) e Romeu Zema (Novo). Confira abaixo as respostas na íntegra: 

Qual proposta o candidato tem para o uso da Cidade Administrativa e para o diálogo daquele complexo com a região norte de Belo Horizonte e com a Região Metropolitana?

Alexandre Flach (PCO): O projeto de implantação da Cidade Administrativa, pelo governo do PSDB, se caracteriza como uma ação autocrática do governo, e por isso não contou com a efetiva participação da sociedade sobre a aprovação ou não do projeto. Hoje, implantado o projeto e em funcionamento, consideramos que cabe à população mineira, e, especialmente os trabalhadores públicos do estado, num processo de consulta participativa, opinar sobre a melhor forma de utilização do espaço O PCO em seu programa revolucionário e comunista defende o poder do estado pelos trabalhadores.

Antonio Anastasia (PSDB): A Cidade Administrativa funciona com secretarias e órgãos do Estado e continuará sendo usada para esse fim, se eu for eleito, trazendo economia para os cofres públicos. Lamentavelmente, o Palácio Tiradentes foi fechado pelo atual governador e está abandonado. Mesmo antes do fechamento, ao invés de usar o espaço, em um de seus primeiros atos, o governador  petista fechou o Palácio da Liberdade, que integrava o Circuito Cultural Praça da Liberdade, e passou a despachar dali. Ao fazer isso, acabou com a visitação no local que implantamos em nosso tempo. Pior, chegou a pedir à Fiat que devolvesse o Palácio dos Despachos, onde funciona a Casa Fiat de Cultura. A impressão é que o governador atual não gosta de cultura, deve querer voltar com as secretarias para os prédios históricos e acabar com o Circuito Cultural. Além de gerar economia e propiciar o Circuito Cultural, a Cidade Administrativa faz parte de uma série de iniciativas que transformaram o Vetor Norte, ao lado de outras igualmente importantes que desenvolvemos em nosso tempo, como a Linha Verde, a modernização e expansão do Aeroporto Internacional de Confins, os investimentos na MG-10 e a construção de novos acessos ao aeroporto internacional, na LMG-800. Em função de iniciativas como essas que citei, foi possível atrair investimentos privados importantes para o pátio de manutenção da Gol e o Núcleo Técnico Operacional do Hermes Pardini, criando postos de trabalho na região. Se eleito, não mediremos esforços para arrumar a Casa e, ao contrário do que se viu nesse governo, propiciar a retomada do desenvolvimento do Vetor Norte e de todo o Estado, por meio de um planejamento sério e com muita responsabilidade fiscal.

Dirlene Marques (PSOL): Como foi um investimento bilionário, erguido ao custo de R$ 1,688 bilhão, com dinheiro público, é preciso avaliar, com servidores e sociedade, uma forma de cumprir um papel relevante. Na época de sua inauguração, a imprensa noticiava que o valor investido iria levar 18 anos para ser compensado pela economia prevista de R$ 92 milhões anuais. Em 2015, a sede do governo custava R$ 10 milhões por mês. E em 2017, o governador Pimentel  decidiu desativar o Edifício Tiradentes, que compõe a Cidade Administrativa, para conter gastos. O histórico de sua construção, inauguração, manutenção e uso não é dos mais promissores. Acreditamos que ações educativas que visem o uso consciente dos recursos públicos e ambientais podem ser um caminho para reduzir os gastos da máquina pública. Uma proposta recorrente do nosso partido é a de construção coletiva e ocupação da cidade, cabendo a proposição de atividades culturais e a abertura de espaços para trocas com a população.

Romeu Zema (Novo): Volta e meia, surge essa questão a respeito do destino da Cidade Administrativa. E eu respondo que caberá uma análise criteriosa a respeito do assunto, caso venhamos a assumir o governo. Sobre vender, somente se houver realmente necessidade e se essa for uma operação que valha a pena financeiramente. Além disso, é preciso considerar a situação dos servidores que ali trabalham. Tudo isso deverá ser levado em conta. Não adianta pensar em desfazer de uma estrutura que já está pronta, da qual foi gasto uma quantia exorbitante se isso significar mais encargos, aluguéis, por exemplo, para o Estado. Agora, em relação ao Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, sabemos que cidades como Santa Luzia, Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa e Confins vêm recebendo muitos empreendimentos por causa da infraestrutura implantada na região, a partir da mudança da sede do governo para lá. Dentro da nossa visão de dar mais poder aos municípios, o governo deverá cumprir o papel do estado, mantendo e até ampliando a infraestrutura, se for o caso, facilitando parcerias com a inciativa privada Isso deverá gerar novos negócios e empregos e renda, o que é beneficia a todos.

Futuro da Cidade Administrativa também foi tema te reportagem da Rádio UFMG Educativa. O complexo, que possui cinco edificações, teve um desses prédios desativado este ano. Em fevereiro, a atual gestão anunciou a desativação do Palácio Tiradentes, onde funcionava o gabinete do governador. Segundo nota divulgada pelo Executivo Estadual na época, o prédio gerava uma despesa anual de cerca de R$ 5 milhões. O objetivo da desativação foi reduzir em pelo menos 40% esses gastos. Só que os altos custos de manutenção são apenas um dos desafios do complexo arquitetônico. 

Ouça reportagem de Alicianne Gonçalve