Candidatos ao governo de Minas apresentam propostas para UEMG e Unimontes
As universidades estaduais de Minas Gerais sofrem com reduzido orçamento para custeio
A Rádio UFMG Educativa questionou os candidatos ao governo de Minas Gerais sobre suas posições em relação às universidades estaduais. A solicitação foi feita a todos os candidatos, sendo que, até a data solicitada, responderam aos questionamentos Alexandre Flach (PCO), Antonio Anastasia (PSDB), Dirlene Marques (PSOL) e Romeu Zema (Novo). Confira abaixo as respostas na íntegra:
As universidades estaduais de Minas Gerais sofrem com reduzido orçamento para custeio e com pequena margem para investimentos, além de terem carência, principalmente, de servidores técnico-administrativos. O que o candidato propõe para as universidades geridas pelo Executivo Estadual?
Alexandre Flach (PCO): O PCO defende em seu programa a Educação pública e gratuita para toda a população. Defende ainda a gestão e poder de decisão aos trabalhadores diretamente envolvidos (professores, trabalhadores e alunos).
Antonio Anastasia (PSDB): Lamentavelmente, a educação superior também foi abandonada pelo atual governo. Só para se ter uma ideia, o governo aplicou R$ 190,3 milhões na UEMG em 2014, em investimentos, gastos com pessoal e custeio, valor que caiu para R$ 159 milhões no ano passado. Somente para investimentos, o valor pago despencou de R$ 8 milhões em 2014 para R$ 8 mil em 2017. Mais importante do que essas cifras, é lembrar que em nosso tempo ampliamos o acesso dos mineiros ao ensino superior gratuito e de qualidade. Com a absorção de sete fundações educacionais, a UEMG passou a atuar em 17 cidades mineiras em 2014 ante 7 em 2011, e foi considerada a instituição com o maior número de cursos de graduação do Estado. A Unimontes também ampliou sua atuação e se consagrou em educação à distância no Estado. Hoje, lamentavelmente, sabemos que Minas foi lançada pelo governo petista a uma crise financeira sem precedentes. Não se sabe sequer o tamanho do rombo nos cofres públicos, que deve chegar a cerca de R$ 25 bilhões. Nossa prioridade é arrumar a casa, equilibrar as contas e criar condições favoráveis à atração e expansão de empresas, gerando mais empregos para os mineiros e mais receita para o Estado. Com mais receita, poderemos retomar investimentos importantes, como é o caso da educação, desde os primeiros anos até as universidades gratuitas para os mineiros. Se eleito, vamos ter especial atenção para com as universidades e também com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig). Precisamos promover a interação com as instituições federais e fortalecer as universidades estaduais, sobretudo com o estímulo à pesquisa básica e aplicada em áreas intensivas em tecnologia.
Dirlene Marques (PSOL): O cenário que temos não é dos mais agradáveis: professores e servidores sem remuneração, estrutura física e laboratórios precários, além da aparente falta de vontade do governo atual em solucionar tudo isso. O descuido é notável e, como a imprensa já apontou, em relação a UEMG, um dos casos mais críticos é o prédio da Escola de Música, que não possui estrutura para comportar as aulas. Sabemos, por exemplo, da também da reclamação dos professores, de que o Estado nunca assumiu a UEMG. Vamos lembrar também que este ano, docentes, tanto da educação pública estadual quanto da UEMG entraram em greves por causa do parcelamento, atraso e falta de pagamento de salários. Para lidar de maneira efetiva com essa situação, iremos investir nas universidades estaduais e no apoio a estudantes para que tenham acesso garantido. Iremos liberar recursos para investir na UEMG, deixando de conceder isenções fiscais às grandes empresas e combatendo a terceirização na universidade. A educação pode não ter sido prioridade para o governo atual e as gestões passadas, mas é um dos pilares para um governo do PSOL em Minas Gerais.
Romeu Zema (Novo): A prioridade do nosso governo é trabalhar para a recuperação do estado. Minas Gerais está quebrada! O estado, sob as últimas administrações do PSDB e PT, acumulou dívidas quase impagáveis, um déficit que não para de crescer mês a mês. Funcionários públicos, aposentados e pensionistas estão recebendo seus salários parcelados desde 2016. Eu mesmo e todo o primeiro escalão do meu governo, se formos eleitos, iremos abrir mão de nossos salários até que essa situação seja regularizada. Diante dessa situação, eu acredito que, na condição atual, e sem antes analisarmos a fundo a questão do fiscal do estado, fazer promessas para qualquer que seja o setor, seria no mínimo uma irresponsabilidade, ainda. Somente a partir dessa análise e com um programa sério e transparente, comprometido com a sociedade, poderemos sair do vermelho e repensar as áreas prioritárias para investimento, que incluem a Educação.
Pela Constituição, os estados e o distrito federal devem priorizar o ensino fundamental e o ensino médio, mas não ficam proibidos de investir em outros níveis de educação. Tanto que Minas possui hoje duas universidades estaduais. Juntas, elas estão em dezenas de cidades e atendem mais de 20.000 estudantes. Mas a crise que afeta o estado também prejudica o dia a dia dessas instituições. Confira reportagem de Alicianne Gonçalves sobre o assunto.