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Caso Monark: porque a defesa do nazismo não pode ser considerada liberdade de expressão

Expresso 104,5 conversou com a coordenadora do Núcleo Brasileiro de Estudos de Nazismo e Holocausto

Maria Visconti: "A gente não deveria sequer estar discutindo a existência de um partido nazista, uma proposta como esta não deveria ter espaço no debate público".Foto: @nepat.br/ Instagram

Durante uma transmissão ao vivo na última segunda-feira, o influenciador Monark, apresentador do Flow Podcast, defendeu a criação de um partido nazista no Brasil. O programa recebia como convidados os deputados federais Kim Kataguiri, do partido PODEMOS, e Tábata Amaral, do PSB. A fala de Monark ocorreu em meio a uma discussão sobre regimes totalitários. O apresentador afirmou que, na sua visão, a extrema esquerda possui mais espaço que a extrema direita no Brasil, defendendo a legalização de partidos nazistas e o “direito de ser antissemita”. A fala mobilizou as redes sociais e gerou o repúdio de diversas organizações e personalidades. O Flow Podcast, que hoje reúne mais de três milhões de seguidores no YouTube, acabou por perder o patrocínio de cinco marcas. Ao final do dia de ontem, o apresentador foi oficialmente desligado dos Estúdios Flow, responsáveis pela produção do podcast. Ainda ontem à noite, ao falar sobre o caso, o comentarista Adrilles Jorge, da Jovem Pan, se despediu do programa que participava com um gesto semelhante à saudação nazista. O comentarista também foi demitido da emissora.
As situações levantaram, o debate a respeito das fronteiras entre liberdade de expressão e ameaça aos direitos humanos. 
O Expresso 104,5 conversou sobre o tema com a doutoranda em História pela UFMG e  coordenadora do Núcleo Brasileiro de Estudos de Nazismo e Holocausto, Maria Visconti.

Ouça a conversa com o apresentador Filipe Sartoreto.

Debates como esse presentes no Desnazificando, o podcast produzido pelo NEPAT e apresentado pela Maria Visconti. Além dela, o Nepat é formado pela mestranda em História e Culturas Políticas pela UFMG, Anna Viana e a Bárbara Deoti, graduada em História pela UFMG. Os episódios estão disponíveis nas plataformas de streaming de áudio. Você também pode acompanhar os trabalhos do núcleo no @nepat.br.

 

Produção: Filipe Sartoreto e Laura Portugal