Filme-peça apresenta visão crítica sobre a narrativa colonial do Brasil contemporâneo
‘Império Nacionalista - Manifesto Descolonizante’, da escritora e performer Luzé, pode ser assistido de forma virtual até quinta, 2
O filme-peça Império Nacionalista - Manifesto Descolonizante, protagonizado e roteirizado pela escritora e performer Luzé, está disponível para ser assistido on-line nesta semana. O texto é definido pela autora como uma autoficção errante e promove uma visão crítica sobre a narrativa colonial que ainda atravessa as relações sociais e instituições no Brasil. As exibições ocorrem até quinta-feira, sempre às 19h. O trabalho teve supervisão e direção do dramaturgo Márcio Abreu e se inspira nas obras de estudiosos anti-colonialistas como Eduardo Galeano, Grada Kilomba e Lélia Gonzalez.
Nesta terça-feira, 30, Luzé participou do programa Noite Ilustrada, apresentado por Luiz Fernando Freitas, e deu mais detalhes sobre a produção. O título, Império Nacionalista - Manifesto Descolonizante, faz referência às origens imperialistas das sociedades contemporâneas. Apesar de estarmos organizados como repúblicas ou democracias, Luzé analisa que "todas as nossas bases ainda são imperiais", desde as pirâmides de raça e gênero até o status financeiro das classes sociais.
"Uma forma de escrita que eu utilizei foram as perguntas, mas o Manifesto termina sem dar muitas respostas. Eu não digo 'esse é o vilão e esse é o herói'. Na verdade, é um caldeirão de perguntas, questionamentos e proposições. Às vezes, são colocadas referências históricas. Tudo pra chegar em um lugar de diálogo. Não é meu desejo falar em termos acadêmicos ou conversar só com quem é 'fundamentado'. Eu quero tornar a discussão mais direta", explicou a artista.
Ouça a entrevista completa no SoundCloud.
As transmissões da peça-filme são gratuitas e realizadas pelo canal do Centro de Estudos Ana Kfouri no YouTube até a próxima quinta-feira, 2, sempre às 19h.
Produção: Maron Filho e Laura Portugal, sob orientação de Luiza Glória e Alessandra Dantas
Publicação: Carlos Ortega, sob orientação de Alessandra Dantas