'Coexistência é demanda da contemporaneidade', afirma diretor do Festival
Na solenidade de abertura, foi inaugurada exposição de gravuras de Clébio Maduro
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Rodrigo Vivas, Mauro Rodrigues, Alessandro Moreira, Clébio Maduro e Lucia Pimentel abrem oficialmente a exposição de gravuras](https://ufmg.br/thumbor/T-e-KWtkIs79lrNk7XMMWdNxoOY=/0x0:3010x2007/712x474/https://ufmg.br/storage/5/0/6/2/5062af65f41fbe7f512b2cd7a1eff1d6_1532134438271_1002460757.jpg)
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Mauro Rodrigues, diretor artístico do Festival](https://ufmg.br/thumbor/DUaujh1MiB7HGfvzDzXAwaxDzqk=/21x0:1986x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/2/f/8/3/2f8341c41adb67c3983c14a1af66838b_15321347646806_220256019.jpg)
O tema do 50º Festival de Inverno da UFMG, coExistência - umdoisNós, de acordo com seu diretor artístico, o professor Mauro Rodrigues, da Escola de Música, teve inspiração em uma máxima difundida pelo diretor britânico de teatro, Peter Brook. Conforme o postulado, o artista precisa ter três conexões coexistindo harmonicamente – que foram detalhadas durante a solenidade de abertura do evento, ocorrida na noite desta sexta-feira, dia 20, no auditório da Reitoria.
“A primeira delas é a conexão do artista consigo mesmo. Ela diz respeito àquilo que só ele próprio pode fazer por si. São as dificuldades e as possibilidades com que só ele mesmo lida”, disse Mauro. “A segunda refere-se ao trabalho com o grupo, que acessa uma experiência e uma impressão nascidas da interação, as quais o indivíduo, sozinho, não alcançaria. A terceira conexão, com o espaço, diz respeito à necessidade de criar e sustentar as condições para que o trabalho exista”, completou.
Para o professor, o fomento à coexistência passa por essas três conexões e tem especial relevância nos dias atuais, época em que, segundo ele, prepondera uma atmosfera de “radicalização e não aceitação das diferenças e da legitimidade do outro”. “A ‘coexistência’, demanda da contemporaneidade, não implica unanimidade. Em vez disso, sabemos que a harmonia nasce exatamente da possibilidade da relação com o que é diferente, diverso, contrário”, explicou, sobre o tema que será sobrelevado ao longo de todas as dinâmicas do Festival.
![Imagem: gravura de Clébio Maduro dfdfdsfdsfsdfdsf](https://ufmg.br/thumbor/V1tPNV4TRBrD3XUzxSZJaAwOgu0=/0x0:1000x700/1000x700/https://ufmg.br/storage/a/3/d/c/a3dc39e0c6ea5425c77770fed9bf3629_15321349306385_1136438509.jpg)
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Lucia Gouvêa Pimentel: mostra tem importância extrema para as artes de Minas Gerais](https://ufmg.br/thumbor/hH3T-2mRXGdh2RUQXkdbGdt_AHY=/21x0:1986x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/c/b/0/1/cb0150af291926932f9fe44ed46fe9e1_15321351789696_508528213.jpg)
![Foto: Foca Lisboa / UFMG Para Rodrigo Vivas, excelência do Festival se relaciona diretamente ao empenho das equipes de organização do evento](https://ufmg.br/thumbor/UMHDpD7IE1BExmBedngloI8bB6c=/54x0:2018x3010/352x540/https://ufmg.br/storage/2/4/a/e/24ae600361798d8239e52ba44916598b_15321357640083_707408740.jpg)
Imersão
Nas palavras de Mauro Rodrigues, o Festival de Inverno da UFMG, depois que passou a ser realizado em Belo Horizonte, “perdeu um componente de imersão, porque a cidade é muito grande”. Segundo ele, em municípios como Tiradentes, Ouro Preto e Diamantina, em que o Festival ocorreu em outros momentos, “as pessoas da cidade estavam, de modo oposto, constantemente dentro do evento”.
“Buscamos resgatar aquela imersão com a criação da modalidade de residências artísticas. Elas criam a condição para que as rotinas mecânicas fiquem suspensas e haja espaço para a transformação e o aprendizado”, observou. O diretor artístico ressaltou o caráter interdisciplinar perseguido por todas as atividades. “Dança e música, por exemplo, figuram juntas e complementarmente, dialogando entre si. Esse é o conceito que permeia o Festival como um todo”, pontuou.
Espaço privilegiado
A exposição Clébio Maduro: obra gráfica foi inaugurada no saguão da Reitoria durante a solenidade. Ela reúne 97 obras que vieram sendo produzidas pelo gravador desde a década de 1980.
Na mostra, essas obras foram divididas em duas categorias: uma ilustrando diversas formas de desastres; a outra, paisagens de cidades históricas. Para a curadora da exposição, professora Lucia Gouvêa Pimentel, trata-se da oportunidade ideal de projetar, em um espaço privilegiado, o legado de um artista reconhecido internacionalmente. “Maduro tem uma rica história de formação de ilustradores, tanto na Escola de Belas Artes como durante outras edições do Festival. A mostra de gravuras, embora não seja uma modalidade muito popular, é de extrema importância para o cenário das artes em Minas Gerais”, destacou.
A exposição Clébio Maduro: obra gráfica fica aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. O Festival de Inverno segue até o dia 28 de julho. A programação detalhada pode ser conferida no site do evento.
Coexistência como ideal
Durante a solenidade de abertura, o diretor de Ação Cultural da UFMG, Rodrigo Vivas, enalteceu o empenho da equipe de organização do Festival, que considerou “impecável e digno das melhores expectativas”. Já o vice-reitor da UFMG, Alessandro Moreira, salientou que a Universidade se renova anualmente com a realização do Festival de Inverno.
“As atividades culturais são tão valiosas quanto as de pesquisa, ensino e extensão. Até por isso, o tema da ‘coexistência’ nos é tão caro e ilustra os ideais da UFMG de modo muito genuíno”, afirmou o vice-reitor.
A TV UFMG produziu um vídeo sobre a abertura do evento, em que foram entrevistados a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, e o diretor de Ação Cultural da Universidade, Rodrigo Vivas. Confira: