Coletivo de artistas indígenas do Acre visita Escola de Belas Artes
Na quarta, 4, os Huni Kuin vão promover oficina de desenhos na calçada em frente à EBA
Nestas terça e quarta-feira (3 e 4), a Escola de Belas Artes (EBA) vai receber o Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU), coletivo de artistas-pesquisadores do povo indígena que habita a fronteira brasileira-peruana no estado do Acre.
Eles vão apresentar desenhos, pinturas, canto, música instrumental e vídeos, que traduzem o imaginário coletivo, a ancestralidade e a cosmogonia do povo Huni Kuin, vinculado à etnia Pano e o mais numeroso hoje na floresta amazônica acreana. Seus representantes valorizam a difusão da paz e o saber tradicional desenvolvido na comunidade.
Amanhã (terça, 3), o artista Txana Banê ocupará o painel externo da Escola com uma pintura, das 8h às 17h, baseada em suas percepções e meditações. Às 12h30, será exibido o filme O sonho do Nixi Pae, de Amilton de Matos, professor da Universidade Federal do Acre, que retrata o ritual de elaboração, ingestão e meditação que utiliza o Nixi Pae, mais conhecido no Sudeste como ayauasca ou daime. Logo após a exibição, haverá um debate com o artista.
Na quarta-feira, a comunidade da EBA está convidada para a oficina de desenho do grafismo indígena, o Desenhão, na calçada de entrada da escola, usando giz e tendo o chão como suporte. A atividade, aberta a toda a comunidade (assim como a programação da véspera), será das 9h30 às 12h.
Para a professora Rita Gusmão, da Escola de Belas Artes, que receberá os artistas, a vinda do coletivo é um voto de confiança: “Os Huni Kuin, que vêm à UFMG pela segunda vez, valorizam muito as relações de amizade e têm interesse em estabelecer redes duradouras. E a UFMG tem sabido acolher e trocar saberes com culturas diversas”, diz.
Outras informações sobre o trabalho do MAHKU estão no Facebook e no site do coletivo.