Arte e Cultura

Com câmeras na mão, moradores de rua vão registrar seus olhares sobre a cidade

Em julho do ano passado, as estudantes Akino Takeda e Jéssica Dionísio, do curso de Ciências Sociais da UFMG, viajaram até a Aldeia Caatinguinha, em São João das Missões, no extremo Norte de Minas Gerais, para fotografar um curso indígena. Lá, a dupla entregou câmeras fotográficas a mulheres da etnia xakriabá para que pudessem livremente registrar a atividade

Experiência com mulheres indígenas no Norte de Minas deu origem à oficina
Experiência com mulheres indígenas no Norte de Minas deu origem à oficina Arquivo da oficina

A experiência foi tão bem-sucedida que se transformou em oficina, que será oferecida na 11ª edição do Festival de Verão para outro público: moradores de rua que circulam pela região central de Belo Horizonte. Na atividade A visão dos invisíveis, eles também receberão câmeras fotográficas e, por meio delas, demonstrarão como enxergam a cidade e se relacionam com ela.

“A relação dessas pessoas com a cidade é diferente da nossa. Os moradores de rua são invisíveis para uma parcela da sociedade e, com a câmera fotográfica, poderão mostrar o que pensam. É um trabalho inovador, nossa expectativa é de que eles apreciem a experiência. Vamos ouvi-los e queremos que se interessem pela fotografia”, afirma Akino Takeda.

A oficina conta com seis vagas para moradores de rua, que serão abordados pelas duas instrutoras no centro de Belo Horizonte, e outras seis para demais interessados, que devem se inscrever pelo site da Fundep. Os alunos aprenderão noções básicas sobre o uso do equipamento e sobre fotografia, mas terão liberdade para produzir as fotos.

“Será uma experiência sobre construção de narrativas pela fotografia. Os participantes vão registrar seus olhares sobre a realidade em que estão inseridos ou o que julgam ser de importância para suas vidas”, acrescenta Takeda.

Os trabalhos serão expostos ao fim da oficina, que é aberta a pessoas com mais de 10 anos. Os alunos matriculados pelo site da Fundep devem levar máquinas fotográficas. Os equipamentos usados pelos moradores de rua serão fornecidos pela organização do Festival.

A inscrição nas oficinas do 11º Festival de Verão custa R$ 20 por atividade. Mais informações estão disponíveis na página do evento.

Público-alvo: moradores de rua e demais interessados no tema 
Carga horária: 16 horas 
Período: 20 a 23 de fevereiro 
Horário: 14h às 18h 
Local: Centro Cultural UFMG – sala 2