Com ocupação máxima de 40%, UFMG retoma atividades administrativas presenciais
Avanço à etapa 2 do plano de retorno ocorre em razão da vacinação, da adesão às medidas de controle e da melhoria dos indicadores epidemiológicos nas cidades em que a Universidade atua
Nesta segunda-feira, dia 13 de setembro, a UFMG avançará à etapa 2 do seu Plano para o retorno presencial. Com a mudança de fase, a retomada das atividades administrativas nas unidades e órgãos da Universidade estará autorizada com ocupação de até 40% de cada espaço físico, guardado o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas e respeitado o uso obrigatório de máscara, além das demais medidas de prevenção já estabelecidas. Atualmente, essa ocupação está autorizada até o limite de 20%, patamar determinado na etapa 1.
“O Comitê da UFMG de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, que é formado por um grupo técnico de especialistas, sugeriu que a UFMG passasse à etapa 2 do seu Plano para o retorno presencial, decisão que foi apoiada pelo Comitê de Acompanhamento do Conselho Universitário, composto de diretores, professores, servidores técnico-administrativos e estudantes”, contextualiza a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. “Nós nos reunimos com esses comitês, e a indicação é a de que temos, em Belo Horizonte e em Montes Claros, condições de avançar um pouco mais em nosso plano de retorno e passar para a etapa 2.”
“Tudo está sendo feito de modo muito cauteloso, com muita responsabilidade”, explica a reitora. “Os dados do momento são bons, mas sabemos que a pandemia ainda não está totalmente sob controle; todo cuidado, neste momento, ainda é necessário. É justamente por isso que estamos migrando para a etapa 2, e não para a 3, que prevê a ocupação de todos os espaços”, explica. “Recomeçaremos devagar, com um retorno bastante gradual, porque ainda precisamos vacinar toda a população: Belo Horizonte, por exemplo, já vacinou os adultos com mais de 18 anos com a primeira dose, mas ainda falta a segunda dose”, lembra a dirigente.
Neste vídeo produzido pela TV UFMG, Sandra Goulart explica as diretrizes gerais para o retorno.
Parâmetros
Publicado no início deste mês, ofício da Pró-reitoria de Recursos Humanos (PRORH) estabelece os parâmetros para o aumento do quantitativo de trabalhadores circulando na Universidade. O ofício instrui, por exemplo, que “a ocupação de 40% do espaço não significa retorno ao trabalho presencial de apenas 40% dos servidores da Unidade/Órgão”, mas que cada espaço deverá estar ocupado em, no máximo, 40% de sua capacidade.
Cada setor deve estabelecer escalas de trabalho em sistema de revezamento, em conformidade com as diretrizes preconizadas pelo Protocolo de biossegurança e de ocupação dos espaços da UFMG, para todos os profissionais aptos a voltar ao trabalho presencial. Sobre essa escala, o ofício diz ainda que se “deve buscar o revezamento em grupos fixos para facilitar o monitoramento e controle de casos”.
Paralelamente, o Plano para o retorno presencial ressalta que “a autorização de uma etapa não significa que seja obrigatório haver atividade presencial na unidade. Enquanto a pandemia não for controlada, permanece válido o princípio de que quanto menos pessoas [houver] circulando, mais seguro [será]”. Caberá a cada gestor avaliar como se dará o retorno em seu órgão ou sua unidade.
A professora Cristina Alvim, coordenadora do Comitê da UFMG de Enfrentamento ao Novo Coronavírus, lembra que o avanço de etapa que ocorre agora está em consonância com os parâmetros estabelecidos na última versão do Plano para o retorno presencial. “Na verdade, fomos até um pouco conservadores”, afirma a professora, tendo em vista que a UFMG já havia alcançado os parâmetros para a mudança de etapa há mais tempo.
Cristina Alvim ressalta que, caso haja um recrudescimento da pandemia, o plano prevê o retorno às etapas anteriores. “Não acreditamos que esse agravamento deva ocorrer, mas é uma possibilidade, então somos cautelosos nesse sentido. Na pandemia, estamos sempre lidando com alguma margem de incerteza”, pondera a coordenadora, destacando com isso a importância de se ter um plano estabelecido, que permita lidar com cada mudança no cenário epidemiológico com segurança diretiva.
Balizas científicas
Modulado pelas evidências científicas disponíveis, o Plano para o retorno presencial da UFMG visa oferecer as balizas para que a Universidade possa retomar, de forma gradual e segura, as atividades acadêmicas e administrativas presenciais em conformidade com os índices epidemiológicos do momento, tendo como foco o cuidado com a preservação da vida e da saúde.
São quatro os critérios usados para orientar o avanço entre etapas: a situação da pandemia em Minas Gerais, a situação da pandemia nas cidades onde se localizam os campi, a taxa de incidência e a tendência de evolução da doença em cada uma dessas cidades.
Entre outras orientações, o documento da PRORH indica que servidoras gestantes deverão permanecer em trabalho remoto, que servidores com fatores de risco devem ter prioridade para seguir em trabalho remoto e que haverá flexibilização dos horários de início e término de jornada (para diminuir a circulação em horários de pico). Ao mesmo tempo, o documento informa que servidores que eventualmente não tiverem se vacinado por opção própria deverão integrar as escalas e realizar o trabalho presencial normalmente.
“A hesitação em se vacinar representa, principalmente, risco para a própria pessoa, além de não contribuir para o esforço coletivo de controle da pandemia”, explica o documento, informando que a Universidade seguirá investindo na sensibilização para a importância da vacinação contra a covid-19, com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal dos servidores da UFMG.
Pacto coletivo
Em Belo Horizonte, a segunda dose da vacina já foi oferecida aos trabalhadores da educação, enquanto em Montes Claros ela está sendo aplicada neste mês. Considerados os estágios da vacinação, o ofício sugere ainda aos diretores de unidades e demais gestores da Universidade “que os servidores iniciem o revezamento do trabalho presencial duas semanas após terem tomado a segunda dose de vacina contra a covid-19”.
Com foco nos servidores que ainda não se imunizaram, a UFMG prevê campanha sobre “a importância da vacinação como um esforço coletivo e uma atitude ética” e uma busca ativa por essas pessoas, para que o Departamento de Atenção à Saúde do Trabalhador (Dast) possa “esclarecer dúvidas e inseguranças”.
“Vamos acompanhar a questão da vacinação”, afirma a reitora Sandra Goulart Almeida. “Vacinação é um ato de solidariedade com o outro. Você cuida de você e você cuida também do outro. A nossa comunidade tem de aderir à vacinação, e nós vamos acompanhar isso. É uma questão ética, é uma atitude de responsabilidade social”, reitera.
Outro aspecto sobre o qual o ofício é taxativo é a obrigatoriedade de uso de máscaras em todos os espaços da instituição. Nele, informa-se que “os servidores e funcionários terceirizados que não estiverem usando o equipamento de proteção deverão ser advertidos e convidados a se retirar do local de trabalho, com o devido registro das horas não trabalhadas”. Sobre esse tema, o Plano para o retorno presencial orienta que a máscara “deve cobrir totalmente o nariz, a boca e o queixo e não deve ficar folgada no rosto, especialmente nas laterais”.
Para dar sustentação ao aumento da presença física dos trabalhadores da UFMG em suas unidades, a Pró-reitoria de Administração (PRA) está tratando da reativação do transporte interno e da reabertura dos bandejões e dos restaurantes dos campi, entre outras medidas relacionadas à logística e à infraestrutura necessárias para o trabalho presencial.
Histórico
Com o advento da atual pandemia entre fevereiro e março de 2020, a UFMG interrompeu suas atividades presenciais e deu início, no segundo semestre de 2020, ao Ensino Remoto Emergencial (ERE), mantendo como atividades presenciais apenas aquelas consideradas essenciais para o funcionamento da instituição, como limpeza, segurança, serviços de portaria e manutenção.
Em razão de sua relação com o atendimento às demandas relacionadas à pandemia, em agosto de 2020 os cursos de graduação da saúde retomaram as atividades de estágios em serviços da área, começando pelos estudantes concluintes e aumentando progressivamente as atividades práticas presenciais assistenciais e laboratoriais.
No primeiro período letivo de 2021, 11 cursos estavam com atividades acadêmicas curriculares presenciais, com foco na oferta de serviços em saúde: Medicina, Fonoaudiologia, Radiologia, Enfermagem, Nutrição, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Farmácia, Biomedicina, Odontologia e Medicina Veterinária. No entanto, em março, com o agravamento da pandemia e o colapso dos serviços de saúde do país, a UFMG retrocedeu à etapa 0 do seu Plano por dois meses.
Em 17 de maio de 2021, a Universidade retornou à etapa 1, elevando para 20% seu teto de ocupação para atividades presenciais, restringindo-se àquelas não adaptáveis ao modo remoto. Em 23 de agosto de 2021, a Prefeitura de Belo Horizonte autorizou o retorno de atividades presenciais no ensino superior, e, considerando o cenário epidemiológico da cidade e o avanço da vacinação, a UFMG deflagrou o início da etapa 2 em 13 de setembro, com 40% de ocupação dos espaços.
No que diz respeito às atividades curriculares, o Plano para o retorno presencial informa que, “para o segundo período letivo de 2021, com a adoção do regime de Ensino Híbrido Emergencial, serão planejadas novas atividades presenciais, de acordo com as especificidades dos cursos e unidades”.
Segundo a reitora Sandra Goulart Almeida, cada unidade e cada colegiado de curso está fazendo o seu planejamento, de modo a definir quais atividades deverão ser retomadas em outubro. “Ainda vamos conviver pelo restante deste ano com o Ensino Híbrido Emergencial, em que teremos atividades remotas e presenciais, até que possamos ter segurança para voltar completamente”.
As aulas do segundo período letivo de 2021 terão início no dia 13 de outubro. Dúvidas relacionadas à gestão da pandemia feita pela UFMG podem ser esclarecidas no site dedicado ao tema.