Ensino

Com participação de Duda Salabert, aula inaugural do ICB discute diversidade de gênero e ciência

Ela e outros quatro convidados apresentarão perspectivas pedagógicas, genéticas, estudantis e políticas sobre o tema

Duda Salabert
Duda Salabert é idealizadora de ONG que oferece suporte social às travestis e transexuais de BHLucas Ávila

Um debate sobre Diversidade de gênero e ciência marca, nesta quinta-feira, dia 27, a abertura das atividades da graduação no Instituto de Ciências Biológicas (ICB). A aula inaugural, que terá início às 14h, será transmitida pelo canal da Unidade no YouTube. Cinco convidados apresentarão perspectivas pedagógicas, genéticas, estudantis e políticas sobre questões de gênero. Os participantes receberão certificados.

Com o tema Diversidade e ciência: uma mulher trans na política de Belo Horizonte, a professora Duda Salabert abrirá as discussões. Primeira transexual eleita vereadora na capital mineira, Duda recebeu mais de 37 mil votos, que fizeram dela a candidata mais votada da história das eleições para o parlamento da capital. Ambientalista, ela também se apresenta como mãe, professora, vegana e idealizadora da Transvest, ONG que oferece suporte social às travestis e transexuais de Belo Horizonte.

Culpa da genética?
Na apresentação Meu gênero é culpa da genética?, o biólogo Daniel Santana vai mostrar como o ensino da genética reforça a visão de gênero baseada na biologia e reafirma percepções que contribuem para a rejeição da transexualidade. Ele vai discorrer também sobre determinismo genético e biológico, diferença entre sexo biológico e gênero e a visão que a medicina tem dessa diferenciação. "Infelizmente, a confusão entre sexo genético ou biológico e gênero ainda é muito grande", afirma Santana, que é mestre e doutor na área de genética e também atua como divulgador da ciência em seu perfil no Instagram Ciência fora do armário, no qual trata de genética, bioinformática e diversidade na ciência.

O filósofo Paulo Henrique de Queiroz Nogueira, mestre e doutor em Educação, com pós-doutorado na mesma área, vai falar de sua experiência com estudos de gênero, diversidade sexual e escolarização. Nogueira, que também é professor da Faculdade de Educação da UFMG, integra o Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero (Geerge) e desenvolve trabalho de inserção de pessoas trans na UFMG.

Diversidade em biologia na BNCC, o que ficou faltando? é o título da apresentação de Lia Martins, estudante do curso de Ciências Biológicas da UFMG. Ela defende que a diversidade precisa ser tratada em sala de aula porque é tema de pesquisas em biologia e de avanços sociais. Lia vai recorrer a dispositivos da BNCC (Base Nacional Comum  Curricular) e mostrar como eles se relacionam com conteúdos da área de Ciências da Natureza.

Escuta
No encerramento da aula, a servidora Maria de Lourdes Melo vai apresentar o setor de Escuta Acadêmica do ICB, que, segundo ela, tem seu trabalho pautado pelo respeito, diálogo, sigilo e acolhimento.

Com Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB