Com programação on-line, Festival de Inverno será realizado em setembro
Pesquisadores, mestres da tradição, artistas e filósofos vão imaginar mundos possíveis pós-pandemia
Considerado um dos mais importantes e tradicionais eventos culturais do país, o Festival de Inverno da UFMG, que chega à sua 52ª edição, será realizado de 14 a 23 de setembro, com atividades on-line, gratuitas e abertas ao público.
Com o tema Mundos possíveis: culturas em pensamento, o Festival terá palestras, fóruns e apresentações artísticas com transmissão ao vivo pela internet. A programação também incluirá lançamento de publicações digitais e de mostra de intervenções nas ruas em que serão projetadas obras audiovisuais em prédios da cidade.
A temática dessa edição prioriza o diálogo entre pesquisadores, mestres da tradição, artistas, filósofos e estudiosos sobre a imaginação de mundos possíveis, mobilizados pelos impactos socioculturais da pandemia.
Segundo o diretor de Ação Cultural da UFMG, Fernando Mencarelli, o objetivo é manter o Festival vivo, contínuo, como espaço de criação e pensamento conectado com as pautas emergentes e com as propostas que sinalizam para o futuro. "O 52º Festival de Inverno é um convite para aprofundarmos uma reflexão sobre o quanto a crise atual é resultado de concepções de mundo e valores culturais que precisam ser revistos e para pensarmos quais mundos podem emergir com a revisão desses valores e atitudes", afirma.
O evento estava previsto para o período de 14 a 21 de julho, mas foi adiado devido à pandemia de covid-19.
“O Festival sempre encontrou formas e ideias para moldar o novo: temas, linguagens e discussões no âmbito das artes e da cultura. Neste ano, buscamos novos modos de utilizar a tecnologia, não só para viabilizar as discussões, mas em relação às próprias criações artísticas que vão compor a grade do evento”, explica Mencarelli.
A programação será divulgada em breve. Atualizações sobre o evento podem acompanhadas em suas redes sociais: Facebook e Instagram.
História
A primeira edição do Festival de Inverno, pioneiro no país como festival plural foi realizada em 1967, em Ouro Preto. Seus idealizadores foram os professores Haroldo Matos, da Escola de Belas-Artes da UFMG, Berenice Menegale e Maria Clara Dias Paes, da Fundação de Educação Artística. O evento durava cerca de um mês, e oferecia cursos e oficinas em diversas áreas da cultura. Suas atividades estimularam o nascimento de grupos artísticos como Galpão, Uakti e Giramundo.
Ouro Preto acolheu o Festival até 1979. No ano seguinte, o evento não foi realizado, devido à forte repressão política e censura às artes no Brasil. As edições seguintes ocorreram na cidade de Diamantina. Devido a uma greve geral na UFMG, o Festival não foi realizado em 1984.
Diamantina voltou a sediá-lo em 1985. Nos dois anos seguintes, São João del-Rei foi o cenário do evento. Já com caráter itinerante, a 20ª edição, em 1988, ocorreu em Poços de Caldas. De 1989 a 1992, foi a vez de Belo Horizonte acolher o evento. O festival retornou a Ouro Preto e depois a Diamantina. Por fim, estabeleceu-se na capital mineira a partir de 2014.