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Como a China reduziu o número de casos de coronavírus?

Medidas como controle do fluxo de pessoas e testagem rápida fizeram com que país diminuísse acentuadamente o número de casos

Funcionários chineses desinfetam os ônibus em Yichang, província de Hubei, na China
Funcionários chineses desinfetam os ônibus em Yichang, província de Hubei, na China PRCHINA I fotospublicas.com

Quase 210 mil pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus no mundo, e, nesta quarta-feira (18), a Europa superou a Ásia em número de mortos pela pandemia. Só a Itália já registra mais de 41 mil casos com cerca de 3.400 mortes. No Brasil, o número de casos também sobe a cada dia e já está na casa de 650.

Mas a China, onde tudo começou, dá sinais de superação da pandemia. De quarta para quinta, pela primeira vez desde janeiro, o país não registrou nenhum caso local de contaminação. Todos os novos registros, 34 no total, foram de pessoas que vieram de fora da China.

Estatísticas que sinalizam que as  medidas adotadas pelo governo chinês, como o controle da movimentação de pessoas, surtiram efeito. Paralelo a isso, as empresas já estão retomando as atividades, o que aumenta o otimismo em torno da recuperação econômica do país. 

No “Outra estação” desta semana, especialistas analisam as ações da China no combate à pandemia e explicam o que deu certo por lá. O programa também traz o relato de um brasileiro direto da China que conta como foi a evolução do epidemia no país e faz um relato da situação de momento.

O novo episódio do "Outra estação" também aborda a escalada da China na economia mundial, como o país se tornou um grande fornecedor de produtos industriais e os impactos disso no Brasil e no mundo.

China contra o coronavírus

Brasileiro David Senra está em Xangai, na China, e fez um relato à UFMG Educativa sobre a situação por lá
Brasileiro David Senra está em Xangai, na China, e fez um relato à  Rádio UFMG Educativa sobre a situação por lá desde os primeiros casos até o momento atualArquivo pessoal
Neste momento eu já não me sinto mais inseguro. Eu sinto que as chances de pegar o vírus se restringiram bastante. A minha preocupação agora mudou de lugar: são meus pais, familiares e amigos no Brasil. 

A afirmação é do brasileiro David Senra que está em Xangai, na China, desde agosto do ano passado e tem acompanhado de perto a escalada do novo coronavírus no país asiático. Por Whatsapp, ele fez um relato à Rádio UFMG Educativa sobre as medidas de controle adotadas pelos chineses e seus os impactos na vida da população.

O pico da crise do coronavírus na China foi no começo de fevereiro, quando o país chegou a registrar até cerca de 4 mil novos casos por dia. Mas os números vêm caindo. Contrastando com essas estatísticas, no último sábado (14), por exemplo, foram registrados 20 novos casos. Desses, 16 foram de pessoas que vieram de fora do país. Além disso, dos 80 mil casos registrados, 70 mil já se recuperaram. Estatísticas que fazem com que todo mundo se pergunte: como a China chegou lá? 

Para obter essa resposta, o programa conversou professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, o professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Gastão Wagner e a coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas, Claudia Yoshinaga.

Os especialistas analisam as medidas adotadas pelo governo chinês como o controle da movimentação de pessoas e a paralisação das atividades e falam sobre as lições que podem ser tiradas dessa experiência no combate à pandemia no Brasil.


China, fábrica do mundo

Como a China se tornou esse gigante com um poderio econômico que a torna capaz de construir hospitais da noite para o dia? Esse é o tema do segundo bloco do programa (aos 19 minutos). Nessa parte, especialistas explicam o que está por trás da consolidação do país omo segunda maior economia do mundo, uma vez que há quarenta anos a China era um país pobre e rural.

O programa também explica como o que ocorre na China influencia o resto do mundo: da queda das bolsas de valores em diferentes cantos do planeta à falta de componentes para indústria eletroeletrônica e automobilística, com reflexos inclusive na produção industrial brasileira. 

Essas questões são analisadas pelo doutorando em Ciências Sociais na Unicamp, Diego Amorim Xavier e pelo professores Gilberto Libânio do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG, Bruno de Conti do Instituto de Economia da Unicamp e Ricardo Ghizi do curso de Administração da PUC Minas.

Para saber mais

O Ministério da Saúde publica boletins epidemiológicos regulares, que atualizam a população com dados e levantamentos apurados sobre questões de saúde pública. Outra iniciativa do Ministério da Saúde é o Saúde sem fake news, canal do WhatsApp responsável por averiguar a veracidade de notícias e informações virais.

Mapa da Universidade John Hopkins nos Estados Unidos traz dados atualizados dos casos de coronavírus no mundo

O episódio 31 do Outra estação também falou sobre o coronavírus abordando as lições que podem ser tiradas de outras epidemias

Site da UFMG com informações sobre o coronavírus

Observatório do coronavírus da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

Produção

O episódio 33 do programa Outra estação é apresentado por Camila Meira, com produção de Arthur Bugre, Paula Alkmim e Beatriz Kalil, edição e coodenação de jornalismo de Paula Alkmim e os trabalhos técnicos de Breno Rodrigues. 

O programa Outra estação aborda, semanalmente, um tema de interesse social. Na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM), vai ao ar às quintas-feiras, às 18h, com reprise às sextas, às 7h30. O conteúdo também está disponível nos aplicativos de podcast como o Spotify.