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'Outra estação', da Rádio UFMG Educativa, mostra como trabalha a ciência

Episódio explica por que o desenvolvimento de uma vacina parece consumir tanto tempo

Cientistas em todo o mundo estão mobilizados na busca de uma vacina contra o coronavírus
Cientistas em todo o mundo estão mobilizados na busca de uma vacina contra o coronavírus Science in HD I Unsplash

Aflito, o mundo quer saber quando haverá uma vacina contra o novo coronavírus. E também quando vão surgir medicamentos de fato eficazes contra a Covid-19. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma vacina fique pronta até o fim de 2021. No entanto, o número de pessoas infectadas e de mortes cresce com tanta rapidez, que essa previsão pode parecer tempo demais. Trata-se, na verdade, de um prazo muito mais curto que o habitual. O desenvolvimento de uma vacina ou de um remédio consome às vezes mais de uma década.

Por que esses processos podem demorar tanto? O episódio 39 do programa Outra estação, da Rádio UFMG Educativa, responde a essa pergunta e aborda o que a ciência vem fazendo, no Brasil e em outros países, para criar formas de combater o novo coronavírus. O programa também explica como ocorre, de modo geral, uma pesquisa científica, não apenas na área da saúde. Quais etapas a ciência necessita cumprir? Quais os cuidados que os cientistas precisam ter? Por que a opinião desses profissionais deve ser ouvida pela população, especialmente pelos políticos?

O programa ouviu pesquisadores da UFMG, da Universidade de São Paulo (USP) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).


Por que a ciência "demora"?
Enquanto o mundo sofre com a pandemia do novo coronavírus, equipes de cientistas estão correndo para desenvolver vacinas e medicamentos. Os trabalhos estão progredindo em ritmo surpreendente. No desenvolvimento de uma vacina, por exemplo, a fase de testes em humanos costuma ocorrer somente depois de anos de operações em laboratório e ensaios em animais. Porém, já existem oito vacinas contra o novo coronavírus sendo testadas em humanos, segundo levantamento da OMS.

Uma delas é preparada no Reino Unido por equipe da Universidade de Oxford, que prevê que o produto fique pronto em setembro. O prazo é otimista, na opinião de alguns especialistas, mas pode parecer muito longo para a população, que busca não apenas preservar a saúde, mas também diminuir os prejuízos financeiros em meio à desaceleração da economia mundial. 

O primeiro bloco do Outra estação explica por que uma pesquisa científica pode "demorar" para ser concluída. As etapas e normas do trabalho científicos são esclarecidas por três entrevistados: um dos vice-presidentes regionais da ABC, João Batista Calixto, o pró-reitor de pesquisa da UFMG, Mario Campos, e o físico Yurij Castelfranchi, professor do Departamento de Sociologia da UFMG.

O programa também discute os níveis de confiança da população brasileira na ciência com base em dados de duas pesquisas: uma realizada pelo Instituto Gallup e a outra, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE).

Como uma vacina e um medicamento são produzidos? O que cientistas vêm fazendo para combater a Covid-19?

Professora Rafaela Salgado, da UFMG, é uma das mulheres
Rafaela Salgado explicou as estratégias para o desenvolvimento de remédios contra a Covid-19Camila Fernandes / ICB-UFMG

No segundo bloco do programa, o passo a passo da produção de uma vacina é apresentado pelo professor Flávio Guimarães, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas. Flávio também integra uma rede de pesquisadores que, instalada em fevereiro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, está trabalhando para desenvolver kits de diagnóstico e vacinas contra o novo coronavírus.

O programa também ouviu o imunologista Gustavo Cabral, envolvido em estudo para o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. A empreitada reúne cientistas da USP e de outras instituições. Cabral explicou como a vacina deverá funcionar e o que falta para ela ficar pronta.

Por sua vez, a farmacêutica Rafaela Salgado Ferreira, professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, detalhou as duas estratégias principais adotadas pelas pesquisas que buscam medicamentos contra a Covid-19.

Para saber mais sobre o tema
O novo coronavírus também foi tema de outros episódios do programa Outra Estação. O episódio 38 explicou o que são vírus e por que eles causam tantas doenças. O 37 tratou dos impactos da crise do novo coronavírus no ensino básico brasileiro. O 36 abordou os efeitos da pandemia para a saúde e a renda da população mais pobre. O episódio 35 expôs os desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) diante da pandemia. O 34 mostrou como a China conseguiu conter o avanço da doença. O episódio 31, que foi ao ar no fim de fevereiro, abordou lições aprendidas com outras epidemias na história. 

Informações confiáveis sobre o novo coronavírus podem ser obtidas em site da UFMG sobre o assunto.

Ouça também uma entrevista concedida ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, pelo professor da UFMG Flávio Guimarães, que falou sobre a busca pela imunização contra o novo coronavírus.

Produção
O episódio 39 do Outra Estação é apresentado por Beatriz Kalil, com produção de Alessandra Ribeiro, Beatriz Kalil e Tiago de Holanda. A edição é de Tiago de Holanda. A coordenação de jornalismo da Rádio UFMG Educativa é de Paula Alkmim. Os trabalhos técnicos foram conduzidos por Breno Rodrigues.

O programa Outra Estação aborda, semanalmente, um tema de interesse social. Na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM), vai ao ar às quintas-feiras, às 18h, com reprise às sextas, às 7h30. O conteúdo também está disponível nos aplicativos de podcast, como o Spotify.