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Conflito atual entre Israel e palestinos: especialista em Oriente Médio explica razões e origens

Professor da PUC Minas Danny Zahreddine defende que a pacificação depende dos EUA adotarem uma posição de respeito às resoluções das Nações Unidas, estimulando Israel no caminho da paz

Ofensivas recentes já deixaram ao menos 119 mortos entre palestinos, oito entre israelenses e mais de 800 feridos
Ofensivas recentes já deixaram ao menos 119 mortos entre palestinos, oito entre israelenses e mais de 800 feridos Reprodução/TV Brasil

Por gerações, o conflito que atinge a Faixa de Gaza e Israel tem marcado e ceifado vidas de palestinos e israelenses. Judeus e muçulmanos, por mais de um século, lutam para dominar a faixa de terra entre o Mar Mediterrâneo e o rio Jordão. Os desentendimentos tiveram origem há quase 100 anos e envolvem caráter religioso e político. Em Jerusalém, os locais sagrados dos dois grupos religiosos são geograficamente muito próximos, localizados em bairros vizinhos. Após semanas recentes de tensões, conflitos entre judeus e mulçumanos começaram a ocorrer em várias cidades israelenses e, na noite da última segunda-feira, dia 10, eclodiram ataques aéreos que continuaram ao longo da semana.

Nesta sexta-feira, 14, Israel enviou tropas para a região da fronteira com a Faixa de Gaza e passou a bombardear o território palestino de perto. Entre os motivos de atrito estão o ‘dia de Jerusalém’, um possível despejo de famílias palestinas em Sheikh Jarrah, bairro de Jerusalém Oriental, e tensões durante o Ramadã. As forças armadas de Israel afirmaram que os ataques desta semana foram maiores que em 2014 e que bombardearam Gaza mais de 600 vezes. Até agora, já foram contabilizadas 119 mortes de palestinos, 8 israelenses e mais de 800 feridos.

Para explicar os conflitos na região, o programa Conexões desta sexta-feira convidou o professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC Minas e coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Oriente Médio e Magreb (GEOMM), Danny Zahreddine. O pesquisador detalhou as origens dos desentendimentos entre israelenses e palestinos e os motivos do atual recrudescimento da violência na Faixa de Gaza e outras regiões de Israel. O professor afirmou ter esperança na pacificação e destacou a importância dos EUA nesse processo. “Isso pode acontecer quando os Estados Unidos tomarem uma posição de força e de respeito às resoluções das Nações Unidas, estimulando Israel no caminho da paz, e quando as autoridades palestinas decidirem, numa política conjunta, restabelecer seus laços internos e negociar com os israelenses, com as Nações Unidas e com os Estados Unidos.”, argumentou. 

Produção: Flora Quaresma, sob a orientação de Luiza Glória

Publicação: Alessandra Dantas