Lazer e esporte

Meditação, xadrez, DJs, 'kpop': diversidade marca 21ª edição do 'Domingo no campus'

Evento teve atividades inéditas e confirmou a importância da ocupação do campus Pampulha por membros da comunidade acadêmica e moradores de BH

Professora Heliana Mello guiou prática de meditação no campus Pampulha
Professora Heliana Mello guiou prática de meditação no campus Pampulha Foto: Foca Lisboa | UFMG

Enquanto um grupo de pessoas era guiado em uma prática de meditação e mindfulness no bosque ao lado do prédio da Reitoria, outro grupo dançava na Praça de Serviços ao som de DJs de vinil. Essa diversidade de atividades marcou a programação da 21ª edição do Domingo no campus, que ocorreu na manhã deste dia 17. Organizado pela Pró-reitoria de Extensão (Proex) da UFMG, o evento reuniu cerca de 40 atrações de lazer, esporte, arte e cultura. 

A prática aberta de meditação foi uma das novidades desta edição. Coordenada pelo projeto Pausa para um respiro, a sessão foi guiada por Heliana Mello, que é professora da Faculdade de Letras (Fale), instrutora de mindfullness e professora de yoga. Heliana destacou que a prática da meditação oferece muitos benefícios, como a redução do estresse, a melhora do foco e a promoção do equilíbrio emocional.

“A comunidade acadêmica é uma das mais estressadas da cidade, então parar para meditar ajuda as pessoas a se acalmar e a notar que elas estão vivas. Além disso, a meditação as ajuda a perceber que a vida não é feita só de tarefas e obrigações, mas também de autocuidado”, explicou.

Guilherme Amintas foi um dos djs presentes em show que comemorou os 18 anos da rádio UFMG Educativa
Guilherme Amintas foi um dos DJs que fizeram show de comemoração dos 18 anos da rádio UFMG Educativa Foto: Raphaella Dias | UFMG

Porém, há quem tenha preferido relaxar de outra maneira. Os DJs Guilherme Amintas, Clever Oliveira e Danilo Kowalski transformaram a tenda da Praça de Serviços em uma pista de dança. Guilherme, que é servidor técnico-administrativo da Universidade, onde trabalha como programador musical da UFMG Educativa há nove anos, contou que a apresentação celebrou o aniversário de 18 anos da Rádio.

“Pensamos em uma ação para homenagear a rádio, que é tão importante no cenário das rádios educativas brasileiras. Essa união dos três DJs discotecando ao vivo com vinis traz, ainda, as questões culturais relacionadas ao vinil e a música dançante", disse Guilherme, conhecido como DJ Guimyts. As apresentações foram transmitidas ao vivo para os ouvintes da rádio. 

A dança também guiou a atividade Kpop na UFMG: Random play dance e aula de dança, realizada na arena da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Coordenada pelas alunas de graduação em Artes Visuais Luna Almeida e Laura Dias, a atividade reuniu a comunidade kpopper, que são os fãs de pop sul-coreano, para uma aula de dança guiada. Em seguida, os participantes curtiram o Random play dance, jogo conhecido pelos kpoppers no qual os participantes se juntam para ouvir refrões de músicas aleatórias. Quem reconhece a música dança a coreografia correspondente. 

Jovens aprendem coreografia de k-pop
Jovens aprendem coreografia de k-pop Foto: Raphaella Dias | UFMG

As organizadoras contaram a motivação por trás do projeto. “A comunidade de fãs do kpop na UFMG é muito grande, então criamos um grupo, e todos gostavam muito de dançar. Nosso objetivo é democratizar a prática da dança e criar a oportunidade de fazer novas amizades com pessoas de interesses parecidos. É uma forma de ver o espaço acadêmico como um ambiente cultural e de integração”, disse Luna.

Laura, Lua e Luna: comunidade “kpopper” representada na UFMG
Laura, Lua e Luna: comunidade 'kpopper' representada na UFMG Foto: Raphaella Dias | UFMG
Pró-reitora de Extensão destacou importância de espaços de convivência depois da pandemia
Claudia Mayorga, pró-reitora de Extensão, destacou importância de espaços de convivência depois da pandemia Foto: Foca Lisboa | UFMG

Comunidade abraça o campus
A pró-reitora de Extensão da UFMG, professora Cláudia Mayorga, destacou que o Domingo no campus é um evento muito querido pela comunidade universitária, pois possibilita que as pessoas curtam o espaço do campus fora dos momentos de trabalho e estudo. “No evento, as pessoas vivem a UFMG de outra forma, seja por meio das brincadeiras, da arte e da cultura, seja simplesmente relaxando em meio à do campus, que se parece muito com um parque”, disse.

Cláudia acrescentou que o evento também contribui para a retomada das relações depois da pandemia da covid-19. “Retomar a vida comunitária é um desafio, e o Domingo no campus é um jeito de resgatar a vida em comunidade, com espaços de alegria ao ar livre. A UFMG mostra que está de portas abertas não só para os alunos, ex-alunos, professores e servidores, mas para todos os belo-horizontinos, que devem se apropriar desse espaço.”

José Nicodemus ressalta as várias possibilidades de apropriação dos espaços do campus Pampulha por moradores de Belo Horizonte. Ex-aluno da Universidade, ele faz questão de continuar presente na UFMG e, para isso, coordena o Tabuleiro acessível, projeto que visa aproximar as pessoas do xadrez por meio de torneios e aulas. 

Nicodemus explicou que que o xadrez foi escolhido porque “tem caráter multidisciplinar, é arte, ciência, esporte, jogo e brincadeira. A atividade dá acesso a um jogo antigo e que incentiva a nossa imaginação".

Xadrez integra as atividades do Domingo no campus pela terceira vez
Xadrez esteve presente no 'Domingo no campus' pela terceira vez Foto: Foca Lisboa | UFMG

A integração entre a Universidade e a comunidade belo-horizontina também pôde ser observada na feira de adoção de cães e gatos, realizada na Arena da Fafich. Coordenada pela instituição Bastadotar, a feira reuniu animais que foram resgatados de situações de abandono e receberam os cuidados necessários para ser adotados de forma responsável.

Para Ileana Nicole França, presidente Bastadotar, os eventos de adoção são importante estratégia para prevenir o aumento das populações de animais nas ruas da capital e para a redução do sofrimento, doenças e maus-tratos dos bichos em situação vulnerável. Ela contou que a ideia para a criação da Ong surgiu da presença de animais abandonados no campus Pampulha. “O projeto  cresceu, muitos voluntários chegaram, e hoje temos um abrigo e somos reconhecidos pelo trabalho de resgate dos animais.” 

Ana Paula Ferreira, que cursa o mestrado profissional na Faculdade de Educação (Fae), e suas filhas Lisa e Laís, aproveitaram a oportunidade para adotar o mais novo integrante da família, que foi batizado de Morango. Resgatado nas ruas de Belo Horizonte, o gatinho deixou o campus Pampulha ao lado de sua nova família.

Morango e sua nova família
Morango ganhou uma família Raphaella Dias | UFMG

Assista ao vídeo da TV UFMG sobre as atividades acessíveis a pessoas com deficiência.

21º edição do Domingo no Campus

Luana Macieira