Arte e Cultura

Em show, Zélia Duncan e Ana Costa homenageiam as 'mulheres da independência'

Apresentação, gratuita, será no dia 4, no auditório da Reitoria, com entrada por ordem de chegada; projeto é inspirado em livro da historiadora Heloísa Starling e da roteirista Antonia Pellegrino

Ana Costa e Zélia Duncan
Ana Costa e Zélia Duncan Foto: Jorge Bispo | Divulgação

As cantoras Zélia Duncan e Ana Costa farão, no dia 4 de março, a partir das 17h, um show gratuito no auditório da Reitoria, no campus Pampulha, em homenagem às mulheres que participaram do processo de Independência do Brasil. Como o auditório tem capacidade limitada (300 lugares), a ocupação se dará por ordem de chegada até que sua lotação seja alcançada.

Quem não conseguir lugar na Reitoria poderá acompanhar o show no auditório principal do Centro de Atividades Didáticas 1 (CAD 1), em transmissão ao vivo.

Da escrita às armas
As cantoras vão interpretar canções do disco Sete mulheres pela Independência do Brasil, que gravaram inspiradas no livro Independência do Brasil: as mulheres que estavam lá. Organizado pela professora Heloisa Starling, do Departamento de História da UFMG e pela escritora e roteirista Antonia Pellegrino, o livro conta a história de sete mulheres que reivindicaram sua participação na cena política brasileira do início do século 19 – algo que, naquele tempo, era efetivamente proibido.

Essas sete mulheres “vivenciaram esse projeto [o da independência do Brasil] de maneiras diferentes, partindo de patamares sociais desiguais e atuando de forma diversa: empunharam armas, engajaram-se no ativismo político, fizeram uso da palavra escrita no debate público”, explicam as organizadoras na introdução do volume; atuaram, portanto, tanto na Independência brasileira, propriamente, quanto nas movimentações políticas que a precederam, criando suas condições de possibilidade.

‘Sete Mulheres pela Independência do Brasil’, disco de Zélia Duncan e Ana Costa
‘Sete Mulheres pela Independência do Brasil’, disco de Zélia Duncan e Ana Costa Imagem: Reprodução de capa

A ideia do disco partiu de Zélia Duncan, que conheceu Heloisa Starling em 2021 e, a partir de então, somou forças ao trabalho de dar publicidade à atuação dessas personalidades na construção de um Brasil independente da monarquia portuguesa. Em comunicado enviado à imprensa, a cantora rememora a gênese do álbum.  “Foi na sala de Heloísa, rodeadas de seus pupilos na UFMG [integrantes do Projeto República], que eu sugeri que cada uma das mulheres do livro poderia ter uma música original. Que tal? Alguém perguntou se era possível! Ora, eu disse, é onde posso ajudar de fato!”

Repertório
O resultado da epifania de Duncan são as canções: Dona Hipólita Jacinta, “uma canção cheia de dignidade, com violão e cordas”; Urânia (a baianinha!), “balada em compasso composto”; Bárbara de Alencar, “um xote cheio de suingue”; Maria Felipa Oliveira, “um jongo, marcado pelos tambores”; Maria Quitéria, espécie de marcha de rua; Maria Leopoldina, uma “canção delicada”; e Ana Lins, um samba “com cara de Avenida”.

Elogiado pela crítica especializada, o álbum tem produção de Bia Paes Leme e Ana Costa e é inteiramente executado por mulheres. As sete músicas foram compostas por Ana Costa e Zélia Duncan; Maria Quitéria e Maria Felipa Oliveira também contaram com a participação de Bia Paes Leme. A criação das letras recebeu contribuições da professora Heloisa Starling, que fez sugestões de ajuste fino em relação ao conteúdo histórico.