Pesquisa e Inovação

Empresa júnior desenvolve violão para ser tocado com uma só mão

João Trindade, estudante de Engenharia Elétrica da UFMG, falou sobre o projeto ao programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa

Violão adaptado foi entregue a músico em junho
Violão adaptado foi entregue ao músico em junho Foto: Acervo CPE

Voltar a tocar seu violão era o sonho de Ricardo Domingues Fernandes, músico que durante anos animou bares e eventos com seu trabalho. Ele teve um acidente vascular cerebral (AVC), que comprometeu os movimentos do lado direito de seu corpo. Por isso, precisaria tocar o violão com apenas uma das mãos. Após buscar no mercado alternativas que não ofereciam uma experiência satisfatória, o irmão de Ricardo, Angelo, passou a procurar uma empresa que pudesse desenvolver um mecanismo capaz de substituir os movimentos da mão direita ao tocar o violão. 

A empresa Consultoria e Projetos Elétricos Júnior (CPE), vinculada aos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Controle e Automação e Engenharia de Sistemas da UFMG, encarou o desafio. Em junho deste ano, após dois anos de desenvolvimento, o instrumento adaptado e devidamente testado foi entregue ao músico. 

Em entrevista ao programa Expresso 104,5, da Rádio UFMG Educativa, na segunda-feira, 28, o estudante do curso de Engenharia Elétrica João Trindade, gerente de produtos da CPE, contou que até já existem no mercado alguns violões que podem ser tocados com apenas uma das mãos, mas nenhum deles oferece a experiência do instrumento desenvolvido pela equipe da empresa júnior.

"Normalmente, os violões disponíveis no mercado têm o triplo do número normal de cordas de um violão convencional. No produto que nós desenvolvemos, com o auxílio de motores, conseguimos simular o movimento da mão direita do Ricardo, enquanto, com a mão esquerda, ele fazia alguns acordes", explicou.

Antes da entrega final, realizada em junho, eles já haviam feito algumas tentativas, que não haviam dado certo. Dessa vez, acompanhado da família, o músico recebeu o instrumento e já o tocou, mostrando o resultado positivo. "Foi uma energia muito boa quando a gente percebeu que finalmente deu certo. É muito bom ver que o que a gente está estudando na Universidade pode causar um impacto tão direto na vida das pessoas", celebrou.

Ouça a conversa com Filipe Sartoreto