Escola de Veterinária lança guia com orientações para acumuladores de animais
Formulada em parceria com o MPMG e com a Cedef, cartilha também trata de zoonoses
O crescente mercado de pets estreita as relações entre seres humanos e animais e aumenta a preocupação com a saúde pública, devido ao potencial de transmissão de zoonoses e ocorrências de casos de transtorno de acumulação.
É nesse contexto que a Escola de Veterinária da UFMG, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef) idealizaram o Guia de atenção aos acumuladores de animais, leishmaniose visceral canina e esporotricose zoonótica. O informe técnico já está disponível para consulta em formato pdf.
A professora Danielle Ferreira, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP) e uma das coordenadoras do projeto, destaca as principais finalidades do guia. “O objetivo é trabalhar os problemas de forma preventiva, sugerindo políticas públicas de castração e vacinação e, acima de tudo, educação”, resume a professora.
O documento está estruturado em três capítulos. O primeiro é dedicado ao esclarecimento sobre pessoas acumuladoras de animais e visa fomentar a elaboração de propostas para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos, dos animais e das comunidades afetadas pela acumulação. De acordo com a cartilha, indivíduos acumuladores de animais são aqueles que mantêm, em um mesmo ambiente, muitos bichos em condições precárias, sem proporcionar-lhes cuidados básicos de alimentação, saneamento e saúde.
O segundo capítulo do guia trata da leishmaniose e atende ao pedido de apoio técnico formulado pela Cedef para orientar os promotores de Justiça de Meio Ambiente sobre o controle da doença.
Por fim, a publicação aborda a esporotricose zoonótica, também com o objetivo de instruir promotores e gestores para a implementação de ações de vigilância nos municípios de Minas Gerais. A esporotricose é uma infecção micótica que acomete os tecidos cutâneo/subcutâneo, linfático e respiratório e, eventualmente, pode se disseminar para outros órgãos em humanos e animais. A transmissão clássica da doença se dá pelo contato com espinhos, lascas de madeira, terra ou matéria orgânica contaminados pelo fungo. A forma zoonótica, que corresponde ao maior número de casos notificados no Brasil, ocorre por meio de arranhaduras, mordeduras ou contato direto com exsudato (fluido resultante de processo inflamatório) de animais contaminados, principalmente de gatos.