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Estudante de Física da UFMG Laysa Peixoto descobre asteroide em campanha da Nasa

“Estou muito feliz em começar minha carreira dessa forma”, afirma a jovem de 18 anos cujas iniciais dão nome ao corpo celeste

Aluna que tem medalhas em competições de astronomia posa com certificado da descoberta emitido pela Agência Espacial dos EUA
Aluna que tem medalhas em competições de astronomia posa com certificado da descoberta emitido pela Agência Espacial dos EUA Arquivo pessoal

Uma estudante do 2º período de Física da UFMG descobriu um novo asteroide no espaço. Laysa Peixoto, de 18 anos, identificou o corpo celeste durante sua participação em uma campanha de “caça asteroides” da Agência Espacial Estadunidense (Nasa), em parceria com o programa de ciência cidadã The International Astronomical Search Collaboration. O achado recebeu um nome temporário que contém as iniciais da jovem, LPS 003. Moradora de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, a estudante se interessou pelas estrelas desde a infância: é medalhista de prata na 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, realizada em 2020, e finalista da Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica, com medalha de bronze. Ela também faz parte do Observatório Astronômico da UFMG.

Laysa Peixoto falou sobre a conquista e suas expectativas para o futuro no programa Conexões dessa quinta-feira, 30. A estudante explicou como identificou o objeto analisando imagens da Nasa no computador desde fevereiro. Pensou que não iria encontrar nada depois de tantos meses, mas conseguiu e ficou sem reação. O nome definitivo do asteroide ainda será escolhido pela própria Laysa. A estudante que tem astronomia e cosmologia como principais áreas de interesse ainda está pensando se vai homenagear o Brasil de alguma maneira, mas ainda não teve nenhuma ideia específica e se tranquiliza ao lembrar que tem muito tempo pela frente para tomar a decisão.

A estudante da UFMG também aconselhou outros jovens com interesse em ciência. “Minha jornada começou com as olimpíadas científicas, então aconselho todos os jovens e aqueles que tem chance de fazer parte de alguma olimpíada a não ter medo de participar, acreditar que você vai realmente conseguir um bom resultado e se preparar para isso. Acho muito importante procurar essas oportunidades, projetos de pesquisa, projetos de extensão na internet ou na faculdade porque isso realmente pode abrir portas, pode aumentar as perspectivas dessas pessoas sobre elas mesmas e sobre o que elas podem fazer”, recomendou. 

Influências

Além das olimpíadas científicas durante o ensino médio, houve outros fatores que intensificaram a paixão de Laysa pelas estrelas, como o contato com a série Cosmos, de Carl Sagan, citado como uma grande inspiração. A jovem também destacou nomes de mulheres que a influenciaram, como a matemática Hipátia de Alexandria e a astrônoma Nobel de Física em 2020 Andrea Ghez. A universitária participa de um projeto chamado Desbravadoras do Universo, que conta as histórias de “cientistas que foram apagadas da história, que descobriram coisas extraordinárias, mas tiveram suas descobertas roubadas ou esquecidas de maneira proposital”. Ela afirmou ser muito importante representar as mulheres no campo da Astronomia e os estudantes de escola pública, destacando o trabalho dos professores que acreditam na educação e incentivam os alunos, mesmo quando muitos deles não acreditam em si mesmos.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

Para acompanhar a trajetória de Laysa Peixoto, integrante do Observatório de Astronomia da UFMG, siga o perfil da estudante nas redes sociais.

Produção: Enaile Almeida, sob orientação de Hugo Rafael e Alessandra Dantas
Publicação: Alessandra Dantas