A pesquisa Percepção das mulheres sobre a assistência obstétrica e suas consequências para a saúde da mulher e da criança em Belo Horizonte visa identificar a percepção das mulheres sobre a assistência durante o pré-natal, parto, pós-parto e em situações de perdas gestacionais em Belo Horizonte. A iniciativa é do Mestrado Profissional de Promoção da Saúde e Prevenção da Violência da Faculdade de Medicina, em parceria com o Departamento de Demografia da Face e o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar).

Um questionário anônimo, virtual e autoaplicável é o instrumento usado para aferir essa percepção. Ele pode ser preenchido em cerca de 20 minutos. São elegíveis para responder à pesquisa mulheres que receberam assistência obstétrica no período de 1º de janeiro de 2018 a 30 de abril de 2021. Os resultados preliminares serão divulgados em setembro deste ano.

Mortes evitáveis
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a mortalidade materna é um fenômeno evitável em 92% dos casos. No Brasil, aproximadamente 67% deles ocorrem por causas obstétricas diretas, ou seja, complicações durante a gravidez, parto ou puerpério decorrentes da qualidade insuficiente da assistência, com intervenções desnecessárias, omissões ou negligência, tratamento inadequado e problemas estruturais do sistema de saúde.

No Brasil, a razão de óbitos de gestantes e mulheres no pós-parto é de 60 para cada 100 mil partos em que os bebês nasceram vivos, três vezes superior ao valor considerado aceitável pela OMS. Estima-se que esse índice aumentará em decorrência do impacto da covid-19. Foram registradas 420 mortes maternas por causas relacionadas à doença, em 2020, e 650, até maio de 2021.

O Dia Internacional de Ação pela Saúde das Mulheres e o Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna foram comemorados em 28 de maio.