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Exposição reconstrói a trajetória de escravizados degredados no Brasil

Vozes Atlânticas está em cartaz no Memorial Minas Gerais Vale

Escritos bolsa de mandinga de José Francisco
Escritos bolsa de mandinga de José Francisco Divulgação

Durante mais de três séculos a Coroa Portuguesa escravizou e mandou para o Brasil um total de 4 milhões e oitocentos mil africanos, que foram afastados de forma abrupta de suas famílias e de suas tradições. Os escravos que tentavam manter sua cultura e suas religiões, além de sofrerem castigos físicos, eram condenados à um novo degredo para regiões ainda mais distantes de seus locais de origem. Seguindo os rastros dessas viagens indesejadas, a pesquisadora Thaís Tanure investigou a ação da inquisição portuguesa no Brasil durante o século XVIII, estudando sobre o degredo para cidadãos que praticavam atos considerados como heresia ou feitiçaria. O trabalho de Thaís, “O Degredo dos Escravos” destaca a trajetória de Luzia Pinta e José Francisco, dois africanos escravizados e trazidos para o Brasil que foram degredados para regiões isoladas do país por preservarem práticas de sua cultura, como benzeções e curas com ervas. Os resultados desta pesquisa, documentos, imagens e muito mais, estão expostos na mostra Vozes Atlânticas, que fica em cartaz até fevereiro de 2020 no Memorial Minas Gerais Vale. Nesta terça, 26, às 12h30, a Thaís Tanure irá falar com o público sobre sua pesquisa, a trajetória desses dois africanos e a exposição como um todo.
A pesquisadora Thaís Tanure conversou com o programa Expresso 104,5, da rádio UFMG Educativa, nesta segunda-feira, 25.

Ouça a conversa com Filipe Sartoreto

A exposição Vozes Africanas fica em cartaz até 2 de fevereiro de 2020, de terça à domingo, no Memorial Minas Gerais Vale, que fica na Praça da Liberdade, 640. Para mais informações sobre a exposição e sobre os horários de visitação, acesse memorialvale.com.br.

Produção: Célio Ribeiro, sob orientação de Luíza Glória e Hugo Rafael