Saúde

Faculdade de Medicina amplia ‘teste do pezinho’, que passa a cobrir grupo de 60 doenças

Número de condições triadas é inédito no Brasil; com a novidade, Minas se torna o primeiro estado brasileiro a contemplar todos os grupos e doenças previstos em legislação recente

“Teste do pezinho” é feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê
“Teste do pezinho” é feito a partir do sangue coletado do calcanhar do bebê Foto: Fotos Públicas

O Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina da UFMG, órgão responsável por realizar o “teste do pezinho” em Minas Gerais, passará a identificar um total de 60 doenças pelo Programa de Triagem Neonatal (PTN/MG). Até então, 23 doenças eram triadas pelo programa.

A ampliação foi anunciada em evento realizado nesta segunda-feira, 9, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, pelo Governo do Estado. A novidade será implementada no primeiro semestre de 2025, dividida em duas etapas.

Com a ampliação, Minas se torna o primeiro estado brasileiro a contemplar, de forma efetiva, todos os grupos e doenças previstos na Lei Federal nº 14.154/2021. A lei alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente e aumentou o rol mínimo de doenças que serão rastreadas pelo teste.

Em duas etapas
Segundo José Nelio Januário, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina e diretor do Nupad, a expansão se dará em duas etapas. Em fevereiro, será incluído um grupo de doenças para os quais a UFMG já dispõe de maquinário, relacionadas a erros inatos do metabolismo. Em abril, serão incluídas doenças lisossômicas e galactosemias, que contarão com equipamentos específicos e kits importados.

“Estamos aguardando o resultado das importações e trabalhando no sentido de cumprir esse compromisso de triar as 60 doenças previstas”, afirmou o diretor. A lista das 37 novas doenças que estarão incluídas no “teste do pezinho” a partir de 2025 pode ser consultada na versão original desta matéria, publicada no site da Faculdade de Medicina da UFMG.

O exame
Em Minas Gerais, o “teste do pezinho” é feito com a análise do sangue coletado do calcanhar do bebê nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 853 municípios do estado. Em seguida, o material é encaminhado para ser processado no Nupad. O resultado é disponibilizado no site da instituição, e, caso o resultado apresente alteração, o município de residência do paciente é acionado.

A partir daí, consultas e exames especializados são agendados para que seja feita a confirmação do diagnóstico. Caso o resultado para alguma das doenças triadas seja confirmado, o paciente é encaminhado imediatamente para tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Exames são realizados no Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina
Análises das coletas são realizadas no Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad)Foto: CCS | Faculdade de Medicina da UFMG

Com Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina