Arte e Cultura

Encerramento do Festival de Verão terá festa-ritual e intervenções artísticas

Corpos transmasculinos e 'fake news' na ciência serão abordados na última rodada de palestras

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A festa Encorpore-se! propõe expandir a menteDivulgação

Na noite desta quinta-feira, 8, o Conservatório UFMG recebe a festa de encerramento das atividades do 12º Festival de Verão da UFMG. Antes, uma intensa programação ocupa os espaços da universidade no decorrer deste último dia de evento.

O nada
Laranjas serão oferecidas aos transeuntes durante intervenção
Divulgação

Às 9h, o campus Saúde, na região hospitalar de Belo Horizonte, recebe a intervenção O nada e várias atoíces. Nela, artistas vão convidar transeuntes a parar para “fazer nada” e “conversar fiado”. O objetivo da atividade é estimular o pensamento em arte, por meio do esvaziamento e da troca com desconhecidos.

“Exploramos a oportunidade de as pessoas brincarem, rirem de si mesmas, compartilharem saberes simples, como receitas. A intervenção cria espaço para diversas manifestações do sujeito e até para a recusa, que também é uma forma de participação”, explica a criadora e curadora da intervenção, Ana Marthinica. Ela também falou sobre a atividade em entrevista ao programa Noite Ilustrada, da Rádio UFMG Educativa.

Ainda na parte da manhã, o Conservatório recebe três palestras. Às 10h, a médica cardiologista Maria da Consolação Vieira Moreira, professora da Faculdade de Medicina, vai falar sobre Transplantes de órgãos: a experiência brasileira. “Pouca gente sabe, mas o Brasil é um dos países com experiências mais bem-sucedidas nessa área”, afirma Juarez Guimarães Dias, diretor artístico do Festival.

Na sessão seguinte, às 10h50, o fotógrafo e ativista Gael Benitez apresentará seu relato e convocará outras pessoas transmasculinas a exporem suas experiências. Na palestra Corpos transmasculinos: vivências, individualidades e despertencimentos, Gael Benitez vai apresentar Ser desperto, trabalho fotográfico de sua autoria. A Rádio UFMG Educativa conversou com o ativista. Ouça a reportagem de Larissa Arantes:


Às 11h30, será a vez do professor Juri Castelfranchi, professor do Departamento de Sociologia da Fafich, ministrar a palestra Ciências, crenças e boatos: como lidar com a controvérsia e sobreviver às fake news. Incluída posteriormente na programação do Festival, a palestra abordará um dos principais temas do momento: as notícias falsas, o aumento de sua disseminação e seu impacto no cotidiano. Pesquisa realizada na França revela, por exemplo, que 80% das pessoas acreditam em teorias conspiratórias.

A festa dos corpos
As atividades da tarde iniciam-se às 17h, no Conservatório. O prédio – que fica na Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro – recebe a mostra final da residência criativa oferecida para crianças e de várias oficinas ministradas durante o evento. A participação na atividade, que antecede a festa de encerramento do evento, é gratuita. A TV UFMG acompanhou uma das atividades da residência criativa. Assista à reportagem:

A festa Encorpore-se ocorre às 20h no mesmo espaço, mas o espetáculo dos corpos começa uma hora antes com o solo Corporeidades afro-brasileiras e africanas, da bailarina Júnia Bertolino. O trabalho utiliza sons musicais e corporais e é acompanhado, segundo a sinopse da apresentação pelo "legado ancestral que permeia a poesia, o teatro, a música e a dança, para dar voz às vivências, desafios e vitórias experimentadas pelo universo feminino”.

O professor Juarez Guimarães Dias, diretor artístico do Festival, explica a proposta da festa que marcará o encerramento do evento. “Encorpore-se trabalha uma ideia diferente de transcendência, propondo uma expansão da mente e dos sentidos sem o uso de nenhum tipo de droga, nem mesmo o álcool. A transcendência é buscada pela música, pelo ritual, pelo encontro, pela celebração”, explica. Toda a programação artístico-cultural do Festival de Verão da UFMG é gratuita.

Mostra de vídeos
Quem estiver na região centro-sul de Belo Horizonte no início da noite de hoje poderá conferir, das 19h às 23h, a mostra de vídeos A cidade como obra, que está em cartaz na fachada digital do Espaço do Conhecimento, que fica na Praça da Liberdade, 700, na Savassi. As obras reunidas registram intervenções urbanas de artistas e coletivos em diversas cidades do Brasil.

“A intenção foi reunir um panorama das diferentes formas de se interferir no espaço público. Apesar de as cidades contemporâneas serem muito parecidas, cada espaço tem a sua especificidade. A mostra possibilita ver a diferença entre as formas de cada artista, de cada lugar, responder artisticamente às especificidades de sua cidade”, explica a professora Brígida Campbell, Escola de Belas-Artes, responsável pela curadoria da mostra.

A mostra, que exibe vídeos como Cerca – serviços gerais, do Trinca SP (acima), é um recorte da pesquisa de doutorado de Brígida, em fase final de desenvolvimento. “Desde a graduação, venho investigando as relações entre arte e espaço público, ou melhor, a dimensão pública que os trabalhos assumem ao serem expostos na cidade”, pontua a artista.

Ewerton Martins Ribeiro