Festival no ICEx realça face divertida da matemática
Jogos, oficinas e filmes são atrações de evento que também abrigará projetos bem-sucedidos de ensino da disciplina na educação básica
Vista pelo senso comum como árida e maçante, a matemática pode ser divertida e lúdica quando seu conhecimento é transmitido em sintonia com o cotidiano. Essa faceta mais leve da disciplina será exibida em mostra de jogos, oficinas, sessões de filmes e rodas de conversa que vão movimentar a segunda edição do Festival de Matemática, programada para os dias 1 e 2 de março, no prédio do ICEx, no campus Pampulha. O evento integra o projeto Matemática em toda parte: atividades para festivais de matemática no estado de Minas Gerais, organizado por professores da UFMG.
A participação é aberta a turmas de escolas do ensino básico, e os agendamentos das visitas começam em fevereiro. A organização do projeto também lançou chamada para abrigar, durante o evento, oficinas que resultem de experiências de ensino. As inscrições podem ser feitas até 26 de janeiro. “A ideia é valorizar o trabalho que esses professores fazem nas escolas. Muitos são excelentes, mas têm pouca visibilidade”, comenta a professora Aniura Milanés Barrientos, do Departamento de Matemática do ICEx e uma das coordenadoras da iniciativa.
Segundo ela, o Festival reunirá atrações para crianças, adolescentes e adultos. “Queremos proporcionar momentos de prazer e descontração e a oportunidade de vivenciar aspectos menos formais da matemática por meio de truques, jogos e quebra-cabeças", anuncia. Aniura Milanés acredita que eventos que valorizam o aspecto lúdico da matemática podem ajudar a mudar a percepção negativa que as pessoas têm da disciplina. “A maior parte delas identifica matemática apenas como aritmética e não percebe o quanto ela está presente no cotidiano. O principal objetivo do festival é mostrar que, como tudo na vida, a matemática tem muitas faces”.
A melhoria da relação dos alunos com os professores é outro aspecto enfatizado por Aniura Milanés. “O professor de matemática tem poucas oportunidades para fazer coisas divertidas, como atividades fora da escola. Também pretendemos estimulá-los a elaborar atividades mais atraentes para os alunos", anuncia.
Eixos
A programação, que ainda não foi fechada, será estruturada em cinco eixos, em formado similar ao adotado na primeira edição do Festival, realizada em outubro passado. O primeiro eixo é uma mostra que abrigará exposição na qual os visitantes poderão interagir com jogos, quebra-cabeças e outros materiais manipuláveis que integram o acervo do Projeto Visitas e do PET Matemática.
Outra atração são as oficinas – como as de fabricação de flautas e de xadrez –ministradas por professores e alunos da UFMG, de instituições parceiras e do ensino básico. Uma das oficinas de maior sucesso de público na primeira edição, segundo a professora Aniura, foi a de música e matemática (fabricação de flautas), proposta por alunos e professores da Escola Municipal Domingos José Diniz Costa Belém, de Contagem.
O terceiro eixo do festival é o cineclube, com exibições de vídeos relacionados com a matemática seguidas de atividades interativas com o público. Por fim, o evento abrigará exposição com temática e título a definir e rodas de conversa nas quais alunos e ex-alunos da UFMG vão relatar como suas experiências com o conhecimento matemático influenciaram sua atuação acadêmica e profissional.
Em toda parte
O projeto Matemática em toda parte: atividades para festivais de matemática no estado de Minas Gerais, do qual o festival é o principal desdobramento, foi contemplado com recursos de edital de apoio a iniciativas de popularização da matemática lançado pelo CNPq, no ano passado. O projeto está sendo executado em colaboração com docentes de outras instituições de Minas Gerais.
As atividades inaugurais foram realizadas em outubro passado, no Cefet-MG, em Belo Horizonte, em Lavras (organizada por professores da Ufla) e no Conservatório UFMG – sede da primeira edição do Festival de Matemática, que contou com 12 oficinas, mostra de jogos, 12 sessões de contação de histórias e seis palestras sobre matemática e arte.
No mês passado, a equipe do projeto esteve na Escola Sandoval Soares de Azevedo, vinculada à Fundação Helena Antipoff, em Ibirité. Para 2018, além da segunda edição do Festival de Matemática, está programada, também para março, um evento de popularização da disciplina em Mariana, em colaboração com professores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail fest.mat.ufmg@gmail.com, pelo site do Festival e na página do evento no Facebook.