Institucional

Flávio Fonseca, do ICB, é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Virologia

Combate à ‘epidemia de desinformação’ é uma das metas de sua gestão

Flávio Fonseca:
Flávio Fonseca: olhos do mundo estão voltados para a virologiaArquivo pessoal

O professor Flávio Guimarães da Fonseca, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), pesquisador associado do CT-Vacinas e integrante do Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG, é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).

O professor e pesquisador da UFMG foi eleito para dirigir a entidade no biênio 2021-2022. Na gestão anterior, comandada por Fernando Rosado Spilki, da Feevale, de Novo Hamburgo (RS), Fonseca já havia atuado como vice-presidente da entidade. “Tivemos uma gestão muito boa, profissional e científica, no biênio 2019-2020, com o professor Fernando Spilki. Nos próximos dois anos, seguiremos atuando intensamente no combate à epidemia de desinformação e de informação incorreta que varre o Brasil”, afirma.

“Assumir a direção da SBV é uma honra para mim e para o meu departamento”, acrescenta o professor. “E é também uma responsabilidade gigantesca, pois vivemos um momento em que os olhos do mundo estão voltados para a ciência, particularmente para a virologia.”

A professora Maria Isabel Maldonado Coelho Guedes, da Escola de Veterinária da UFMG, também compõe a nova diretoria. Ela assume o cargo de primeira tesoureira. Completam a nova gestão João Pessoa Araújo Junior, da Unesp, como vice-presidente, Maite Vaslin, da UFRJ, como segunda tesoureira, Helena Lage Ferreira, da USP, como primeira secretária, e José Luiz Proença Módena, da Unicamp, como segundo secretário. A eleição ocorreu durante o 31º Congresso Brasileiro de Virologia e o 15º Encontro de Virologia do Mercosul, realizados virtualmente no fim do ano passado.

Planos
Flávio Fonseca informa que a gestão da SBV no próximo biênio se organizará em três frentes principais. Em primeiro lugar, a entidade planeja dar seguimento ao fomento das redes de pesquisa de virologistas, concebidas na última gestão, que congregam pesquisadores e laboratórios do Brasil inteiro. “O objetivo é aumentar a capacidade de geração de soluções que a virologia brasileira pode oferecer”, explica Flávio.

O segundo aspecto diz respeito à luta contra a epidemia de desinformação que o Brasil vive atualmente e o reforço à transmissão do conhecimento científico correto. “Infelizmente, trata-se de um comportamento que não encontra bons exemplos nem mesmo nos [poderes] Executivo e Legislativo brasileiros. Cabe às instituições científicas atuar como faróis e produzir informações, avaliações e análises científicas corretas", afirma.

Em uma vertente mais institucional, a nova gestão pretende trabalhar para ampliar a visibilidade social da SBV e atrair novos associados. “A SBV ainda tem poucos associados. Queremos trazer mais virologistas para a instituição e aumentar sua visibilidade, para conglomerarmos um corpo de capacidade maior”, finaliza.

Cobrar investimentos continuados na ciência é também uma atribuição de sociedades científicas como a SBV.  “Se fizermos os investimentos apenas quando as crises já estiverem instaladas, como a da covid-19, sairemos sempre atrasados no combate aos vírus”, ele explica. “No último ano, a ciência brasileira estava sucateada, então saímos atrás: quando os recursos foram destinados, tivemos primeiro que reconstruir todo um parque laboratorial que estava defasado”, lembra.  “Não dá para ficar trocando o pneu com o carro andando. Novas crises como a atual surgirão. Precisamos estar prontos”, adverte Flávio Guimarães da Fonseca.

Ewerton Martins Ribeiro