Ensino

Graduação inicia monitoramento e avaliação do ensino remoto emergencial

Processo vai gerar subsídios para correção de rumos e compartilhamento de experiências positivas, com efeito ainda no primeiro período letivo

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Processo de avaliação demanda diálogo entre os segmentos
TV UFMG

Como tem ocorrido o ensino remoto emergencial (ERE) e o que deve ser aprimorado para garantir equidade, segurança e qualidade? Que resultados têm sido alcançados, e de que forma? Essas são as perguntas que norteiam o processo de monitoramento do ERE na graduação da UFMG. Os coordenadores de curso receberam questionários que deverão ser respondidos até 30 de setembro, com base no diálogo com estudantes, professores e técnicos.

A expectativa é que esse processo viabilize a produção de conhecimento sobre avanços, demandas e desafios e estimule o compartilhamento de experiências no ambiente acadêmico como ação reflexiva, crítica e propositiva de caráter coletivo.

O esforço de monitoramento e avaliação, no meio e no final do semestre letivo, vai abranger qualidade do ensino e das atividades avaliativas, interação professor-estudante e infraestrutura. As responsabilidades são divididas entre os professores, os estudantes, os colegiados de curso, os Núcleos Docentes Estruturantes (NDE), a Câmara de Graduação e a Comissão Própria de Avaliação (CPA).

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Benigna Oliveira: cultura da UFMGFoca Lisboa / UFMG

“É esperada a participação de todos, e o papel dos colegiados é fundamental para a obtenção dos dados, já que não haveria tempo e estrutura para trabalharmos com questionários individuais em todo o universo a ser consultado”, explica a pró-reitora de Graduação, Benigna Maria de Oliveira, acrescentando que esse acompanhamento estava previsto desde o início do planejamento do ensino remoto emergencial. “A autoavaliação constante é parte da cultura da UFMG e se faz ainda mais necessária quando se trata de uma situação tão nova para todos, gerada pelo quadro de pandemia.”

Dimensões e cronograma
O monitoramento considera quatro dimensões: condições e infraestrutura, com ênfase na questão tecnológica, processos de ensino-aprendizagem e avaliativo (inclusão, comunicação, relação professor-estudante), rendimento dos estudantes (evasão, permanência, aprovação, reprovação) e gestão e apoio ao ensino.

Após o levantamento inicial, que será concluído ainda este mês, será feita sistematização preliminar dos dados, que poderá suscitar correções de rumo e compartilhamento de experiências positivas, com efeito ainda no primeiro semestre letivo de 2020. A análise das respostas servirá também para a elaboração do próximo instrumento de consulta.

Estão previstos para novembro a sistematização final das informações e os ajustes para o segundo período letivo de 2020. Em dezembro será retomado o processo de monitoramento para o segundo período letivo, e em janeiro será feita a triangulação das informações geradas pelo monitoramento com dados dos relatórios da Prograd e da CPA.

Na visão do professor Paulo Nogueira, coordenador do curso de Pedagogia, da Faculdade de Educação (FaE), a consulta a estudantes, professores e técnicos com vistas à formulação de respostas ao questionário é ótima oportunidade para que todos se expressem, relatando dificuldades e oferecendo sugestões. Ele conta que houve debate intenso entre os professores nos dois meses antes do início das aulas e que têm sido feitos registros e troca de informações nas últimas semanas, embora ainda sem detalhamento e agilidade ideais.

“Esse é um processo inédito para a enorme maioria dos professores e estudantes, e o tempo de preparação foi curto. Além disso, o ensino remoto veio para ficar por longo tempo, e a questão de como fazemos e como podemos melhorar estará sempre presente”, afirma o professor, que está à frente também do NDE da Pedagogia.

Itamar Rigueira Jr.