Greve de Contagem completa 50 anos
Em 1968 o movimento pegou a Ditadura Militar de surpresa e foi o estopim para campanha salarial em várias cidades do país
Há exatos 50 anos, em 1968, operários da siderúrgica Belgo-Mineira desafiaram a lei antigreve da ditadura militar e cruzaram os braços reivindicando reajuste salarial de 25%. Primeira desde o golpe civil-militar, a paralisação pegou a ditadura de surpresa, por ter sido organizada pelo sindicato que estava sob intervenção do Ministério do Trabalho. Em um cenário de arrocho salarial, as tentativas de conter o movimento não foram suficientes, e mais e mais fábricas, em Contagem e outras cidades, aderiram ao movimento.
O resultado foi a concessão de reajuste de 10%, que em seguida foi estendido para todos os trabalhadores do país, pelo então presidente Costa e Silva. O professor da PUC de São Paulo e doutor em Ciências Sociais pela Unesp, Alessandro de Moura, conta como a greve influenciou outros movimentos pelo país.