Grupo de pesquisa teatral lança pílulas literárias durante a Semana de Saúde Mental
Produção ficará disponível em vídeos no canal da DAC no YouTube
A Diretoria de Ação Cultural da UFMG (DAC) lança nesta segunda-feira, 18, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, o primeiro vídeo de uma série de três pílulas literárias produzidas pelos integrantes do Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados. Formado por portadores de sofrimento mental, o grupo desenvolve pesquisa na área teatral e audiovisual desde 2003. Os vídeos publicados no canal da DAC no YouTube integram a 8ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG.
Sem quebrar o distanciamento social, os atores propõem "texturas, paisagens internas, cenografias particulares, derivações sobre o tempo e o sol, abrindo o campo da voz e da palavração, redescobrindo o coração, emoldurando ficções e reinventando realidades". Em cada vídeo, eles compartilham fragmentos de literatura feitos durante a ocupação artística Casa breve é o corpo, promovida pelo grupo nesta quarentena.
A primeira pílula, denominada Elo, já está disponível no canal. Os demais lançamentos serão nos dias 19 e 20, sempre às 12h30, pelo mesmo canal. A 8ª Semana de Saúde Mental e Inclusão Social da UFMG começou nesta segunda-feira e prossegue até sexta-feira, 22, em plataformas on-line.
Sapos e Afogados
O Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados foi formado em 2002 com base no trabalho da atriz Juliana Barreto em oficinas de teatro nos centros de convivência da Rede Pública de Saúde Mental de Belo Horizonte. Os atores, usuários desse serviço, atuam de maneira independente desde 2003. Em 18 anos de trabalho e pesquisa, desenvolveram dois espetáculos teatrais (Caixa preta e Duo), três curtas metragens (Sapos e afogados, Material bruto e Cinema de visibilidades íntimas), uma residência artística (Casa breve) e inúmeras performances.
Casa breve é o corpo
As pílulas literárias apresentadas a convite da Diretoria de Ação Cultural da UFMG são a primeira atividade da ocupação Casa breve é o corpo, promovida pelo Núcleo de Criação e Pesquisa Sapos e Afogados. Diante do contexto de distanciamento social imposto pela Covid-19, o grupo decidiu realizar a terceira edição da ocupação Casa breve, intitulando-a Casa corpo.
A primeira edição foi realizada em 2011, como desdobramento de ocupação artística de uma casa antiga no bairro Floresta. A sua segunda edição foi marcada pela realização de uma residência artística de 30 dias. No último dia, a casa foi aberta para visitação pública, com uma programação de 24 horas ininterruptas. O espaço recebeu cenas de teatro, performances, concurso, shows musicais e exibição de filmes em todos os seus ambientes.