Na terceira geração do modernismo brasileiro, fomos agraciados com obras que marcariam para sempre a cultura e a literatura brasileira. O regionalismo e a crítica objetiva e direcionada deram as caras para um movimento que queria, acima de tudo, transformar suas críticas em ação política efetiva. É nesse contexto que Alfredo de Freitas Dias Gomes escreveu a peça de teatro “O Pagador de Promessas”. 

A história, dividida em três atos, acompanha Zé-do-burro, um homem por volta dos 30 anos, e sua parceira, Rosa. Zé vê seu amado burro ser machucado, e decide fazer uma promessa a Santa Bárbara, em um pedido para salvar o animal. Sua promessa consistia em atravessar sete léguas, carregando uma cruz, até cumpri-la em uma igreja. A história é uma reflexão sobre fé, amor, e tradições, e é carregada de comentários sociais. Uma história tão interessante não poderia passar despercebida pelos olhos de talentos da época, e logo se viu nas mãos de Anselmo Duarte, cineasta que se dedicou a adaptar essa obra para o cinema. 

A recepção da adaptação foi muito exitosa, e logo Duarte adquiriu sucesso nacional e internacional. O sucesso foi tanto, que levou o longa a competir na seleção para a Palma de Ouro, maior prêmio do Festival de Cannes. Acontece que essa popularidade era também substanciada por uma obra de muita qualidade, e, pela primeira, e até agora única, vez, no dia 23 de maio de 1962, um filme brasileiro ganhou a Palma de Ouro. Depois de 60 anos dessa obra tão importante para a cultura brasileira, o que podemos descobrir sobre o filme e sobre o homem por trás das câmeras? 

O programa Noite Ilustrada conversou com Anselmo Duarte Júnior, diretor, roteirista e cineasta, filho do diretor de O Pagador de Promessas. 

Ouça a conversa com o apresentador Luiz Fernando Freitas

A história de Alselmo Duarte foi contada em uma biografia, dirigida por seu filho, Anselmo Junior. “De Salto para o Cinema” está disponível no YouTube.