Arte e Cultura

Heloísa Starling, Leonardo Avritzer e Jacyntho Brandão são finalistas do Prêmio Jabuti

Concurso é o mais prestigiado do país na área de produção do livro

Três obras de professores da UFMG estão entre as finalistas da 62ª edição do Prêmio Jabuti, o mais abrangente na área de criação e produção de livros no país. Organizado pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o prêmio reúne 20 categorias – em cada uma, foram anunciados 10 finalistas. Os vencedores de cada categoria e o ganhador do Livro do Ano serão conhecidos em cerimônia de premiação on-line, no dia 26 de novembro.

Na categoria Ciências Humanas, no eixo Ensaios, concorrem Leonardo Avritzer, do Departamento de Ciência Política, com O pêndulo da democracia, da Editora Todavia, e Heloísa Starling, do Departamento de História, autora, junto com Lilia Schwarcz, do Dicionário da República, publicado pela Companhia das Letras. Na categoria Tradução, o professor Jacyntho Lins Brandão, da Faculdade de Letras, é finalista com Ao Kurnugu, terra sem retorno – descida de Ishtar ao mundo dos mortos, lançado pela Kotter Editorial.

Capa de O 'pêndulo da democracia', de Leonardo Avritzer
Capa de O 'pêndulo da democracia', de Leonardo Avritzer Reprodução

Em O pêndulo da democracia, Avritzer analisa as intensas transformações sofridas pela democracia brasileira nos últimos anos tomando como ponto de partida o conflagrado ambiente político que começou a se conformar em 2013, quando milhares de brasileiros foram às ruas nas manifestações de junho. O "pêndulo" a que se refere o título do livro sintetiza o argumento central da obra, segundo o qual existe no Brasil uma democracia de estrutura pendular, marcada por momentos alternados de expansão e de regressão dos valores democráticos.

A obra organizada por Heloisa Starling e Lilia Schwarcz, historiadora da USP, reúne 51 verbetes críticos escritos por especialistas em filosofia, história, ciência política, antropologia, direito, sociologia e jornalismo. O propósito foi o de fazer um resgate crítico dos valores de uma tradição esvaziada de sentido e desfigurada pelo esquecimento. Os textos cobrem desde as origens (grega e romana) e diferentes matrizes do republicanismo (francesa, inglesa, italiana, haitiana e norte-americana) até seus grandes princípios (liberdade, direitos, igualdade, cidadania, bem comum) e inimigos (o despotismo, a tirania, a corrupção e o patrimonialismo).

A parceria entre as duas já rendeu os livros Brasil – uma biografia, de 2015, e o recente A bailarina da morte: a gripe espanhola no Brasil, ambos publicados pela Companhia das Letras.

Exemplar de Ao 'Kurnugu...', poema acádio traduzido por Jacyntho Brandão
Exemplar de Ao 'Kurnugu...', poema escrito em acádio traduzido por Jacyntho Brandão Reprodução

Direto do acádio
Em Ao Kurnugu, terra sem retorno: descida de Ishtar ao mundo dos mortos, lançado pela Kotter Editorial, Jacyntho Lins Brandão traduz diretamente do acádio um poema datado da primeira metade do primeiro milênio antes da nossa era. De acordo com resenha publicada pela revista Quatro Cinco Um, o autor-tradutor também faz uma análise detida desses versos escritos em cuneiforme inscritos em duas pequenas tábuas de argila pertencentes à biblioteca do rei assírio Assurbanípal (685-627 a. C.), localizada em Nínive, cidade babilônia que hoje corresponde a Mossul, no Iraque.

Em incursão anterior pelo acádio, a mais antiga língua semítica conhecida, Jacyntho publicou Ele que o abismo viu: epopeia de Gilgámesh, lançado pela Editora Autêntica.