Pesquisa e Inovação

Imunizante contra o HIV em testes nos EUA será apresentado em seminário do CTVacinas

Estágio da vacina de RNA é tema de conferência, nesta quarta, do pesquisador Jeffrey Bethony, da George Washington University

Jeffrey Bethony: pioneirismo no estudo de vacinas de RNA
Jeffrey Bethony: pioneirismo no estudo de vacinas de RNA Foto: Divulgação

A série de Seminários do CTVacinas, iniciada em fevereiro deste ano, recebe nesta quarta-feira, 19, a partir das 16h, o pesquisador Jeffrey Bethony, da George Washington University (EUA). O professor vai abordar a vacina de RNA contra a aids, tema de artigo publicado em fevereiro no The GW Hatchet, jornal independente de estudantes da Universidade.

A vacina de RNA mensageiro desenvolvida pelo grupo de Bethony é apresentada como alternativa aos imunizantes testados anteriormente e que ainda não tiveram sucesso no combate ao HIV, vírus da aids. “Usando essa nova estratégia, esperamos finalmente ter uma ferramenta crítica para proteger os indivíduos contra esse patógeno e aliviar o sofrimento que ele provoca”, disse Bethony.

A George Washington University foi uma das primeiras instituições a testar uma vacina de RNA em seres humanos. Segundo David Diemert, diretor da Unidade de Vacinas da universidade, o grupo espera colher bons resultados com a pesquisa. “As vacinas que estamos testando exigiram muito conhecimento sobre a resposta imune humana ao HIV e ao próprio retrovírus”, concluiu.

O seminário será no auditório do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), localizado na Rua Professor José Vieira de Mendonça, 770, bairro Engenho Nogueira. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet.

Debates qualificados
A série de Seminários do CTVacinas tem encontros semanais com pesquisadores das áreas de imunologia, virologia, vacinas, diagnóstico e protocolos para saúde. As atividades são realizadas sempre às quartas-feiras, a partir das 16h, no auditório do BH-TEC.

As palestras fazem parte do esforço do CTVacinas em disseminar a ciência e atraem estudantes e pesquisadores de todo o Brasil. O primeiro seminário, em fevereiro, foi ministrado pelo chefe do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo (USP), Edison Durigon, um dos líderes do esforço de combate a infecções de viroses no Brasil.

“Promovemos debates qualificados nas áreas de doenças infecciosas, imunologia e vacinologia. É mais uma ação em prol do desenvolvimento da ciência brasileira”, resume o professor Ricardo Tostes Gazzinelli, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, coordenador do CTVacinas.

CTVacinas dará origem ao Centro Nacional de Vacinas
CTVacinas dará origem ao Centro Nacional de Vacinas Foto: Divulgação CTVacinas

Polo nacional
O CTVacinas é um centro de pesquisas em biotecnologia, resultado de parceria estabelecida entre a UFMG, o Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e o BH-TEC. O ambiente de pesquisa, que reúne pesquisadores vinculados à UFMG e à Fiocruz Minas, sedia os estudos da SpiN-TEC MCTI UFMG, o primeiro imunizante 100% brasileiro contra a covid-19.

Dedicado ao desenvolvimento de novas tecnologias para a produção de kits de diagnóstico e vacinas contra doenças humanas e veterinárias, o CTVacinas será transformado no Centro Nacional de Vacinas (CNVacinas), resultado de acordo firmado entre a UFMG, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o governo de Minas Gerais. O início das obras de construção do CNVacinas – em terreno no BH-TEC – foi oficializado em dezembro do ano passado. 

A infraestrutura do CNVacinas será reservada à produção de lotes clínicos, ou seja, fará todo o desenvolvimento do imunizante e entregará a tecnologia para que a indústria nacional o fabrique em larga escala. O Centro também será um elo entre o ambiente acadêmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferência de tecnologias para empresas e instituições.

A nova estrutura, que deve ficar pronta em 2025, ocupará um prédio de cinco andares, com quase sete mil metros quadrados de área construída. O edifício, em formato de L, abrigará toda a parte científica e de desenvolvimento de vacinas, além de biotérios, setores de produção de proteína recombinante, de análise de genoma, de bioinformática e de análises de respostas imunológicas. O aporte é de R$ 80 milhões –R$ 50 milhões do MCTI e R$ 30 milhões do governo de Minas Gerais.

Veja os temas já abordados nos encontros e a agenda das próximas palestras no website do CTVacinas.

Com Assessoria de Comunicação do CTVacinas