Institucional

Complexo fotovoltaico evidencia empenho da UFMG em ações sustentáveis

Durante a inauguração do sistema na manhã desta terça-feira, Sandra Goulart destacou o desafio de modernizar a Universidade em meio aos cortes de verbas impostos pelo governo

Ricardo Facury, Alessandro Fernandes Moreira, Sandra Regina Goulart Almeida, Braz Cardoso Filho e Ivan José da Silva Lopes juntos à placa da inauguração do complexo
Ricardo Fakury, Alessandro Moreira, Sandra Goulart Almeida, Braz Cardoso e Ivan José Lopes descerraram a placa de inauguração do complexo Foto: Foca Lisboa | UFMG

Na manhã desta terça-feira, 29, a UFMG inaugurou o conjunto de usinas fotovoltaicas instaladas nos três Centros de Atividades Didáticas (CADs) do campus Pampulha. O complexo engloba três usinas que poderão gerar economia anual de R$ 415 mil para a Universidade, tomando por base a tarifa de energia elétrica em Minas Gerais para o mês de novembro (bandeira tarifária verde). Os painéis proporcionam área de 2.627 metros quadrados de captação solar, o que representa potência instalada de 507 kWp (quilowatt pico). Os recursos de R$ 2,2 milhões investidos na execução do projeto foram aportados pela Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida afirmou que a cerimônia deveria ser um evento de alegria, mas acabou sendo marcada também por apreensão, em razão do último corte de verbas destinadas às instituições federais de ensino superior, efetuado na tarde de ontem, 28 de novembro, pelo Ministério da Economia. 

Reitora destacou os projetos da Universidade que ocorrem mesmo com o corte de verbas
Sandra Goulart: conquista a ser celebrada, apesar da notícia de mais um corte de verbasFoto: Foca Lisboa | UFMG

Para a reitora, inaugurar projetos como o complexo fotovoltaico é uma conquista que merece ser celebrada. "Foi o investimento do governo federal que tornou o projeto do complexo das usinas possível. Entretanto, ontem fomos surpreendidos, durante o jogo da seleção brasileira na Copa, com a notícia de que o governo federal recolheu recursos financeiros que restavam às universidades públicas para encerrar este ano. Ainda não sabemos o impacto real de mais esse corte, mas vivemos uma situação delicada. Precisamos trabalhar para revertê-la porque haverá impactos nas contas da Universidade no fim deste ano e no início de 2023. A UFMG está maior, mais inclusiva e mais moderna, mas nosso orçamento é o mesmo que tínhamos em 2009. A conta não fecha", sublinhou.

Moreira: destaque ao Projeto OÁSIS-UFMG
Alessandro Moreira: Projeto Oásis-UFMG integra a iniciativa UFMG SustetávelFoto: Foca Lisboa | UFMG

Segundo o vice-reitor da UFMG, Alessandro Fernandes Moreira, dois pontos merecem ser destacados no projeto que culminou na inauguração das usinas fotovoltaicas. Em primeiro lugar, ele afirmou, os trabalhos reuniram várias tecnologias que ajudaram na formação de estudantes de graduação e pós-graduação envolvidos em todas as etapas do projeto.

"Além disso, é necessário frisar a decisão acertada da UFMG de criar um projeto de energia sustentável, em vez de apenas instalar os painéis, como muitas instituições de ensino fizeram. Esse empreendimento, que engloba os painéis, as turbinas e o banco de energia da minirrede da Universidade, vai ser essencial para reduzirmos os custos com energia", explicou.

Sustentabilidade e minirredes de energia
O vice-reitor destacou o Projeto Oásis-UFMG, iniciativa de investigação técnico-científica com o objetivo de reduzir gastos de energia elétrica por meio da instalação e gestão de um sistema próprio de minirrede instalado no campus  Pampulha. "O Projeto Oásis é um braço da iniciativa UFMG Sustentável, que servirá de modelo para outras instituições de ensino públicas e privadas. O projeto serve como piloto porque reúne produção de energia fotovoltaica, iluminação de LED e armazenamento dessa energia, o que culmina em um modelo sustentável de geração", disse.

Braz Cardoso Filho: minirrede de energia pode inspirar outras instituições
Braz Cardoso Filho: como as melhores universidades do mundoFoto: Foca Lisboa | UFMG

O professor Braz Cardoso Filho, coordenador do Projeto Minirrede de Energia Oásis-UFMG e presidente da Comissão Permanente de Gestão Energética, Hídrica e Ambiental da Universidade, acrescentou que o processo que conduziu à conclusão do complexo fotovoltaico teve início em 2018, com a criação da comissão criada para desenvolver soluções para as questões energética e hídrica da UFMG.

"Foi essa iniciativa que possibilitou uma geração energética própria e que funciona em minirredes de energia, provendo um modelo que poderá inspirar as outras instituições. O projeto eleva a UFMG ao patamar das melhores universidades do mundo, nessa área", disse.

Raio-X do complexo fotovoltaico da UFMG

Usina CAD 1: 311 painéis
Área estimada: 700 m²
Potência instalada: 129 kWp
Geração estimada: 169 MWh/ano
Potencial de economia anual: R$ 113 mil (considerando bandeira verde em novembro de 2022)

Usina CAD 2: 508 painéis. Deve iniciar suas operações no primeiro semestre de 2023. 
Área estimada: 1122 m²
Potência instalada: 229 kWp
Geração estimada: 290,1 MWh/ano
Potencial de economia anual: R$ 176 mil (considerando bandeira verde em novembro de 2022).

Usina CAD 3: 358 painéis
Área estimada: 805 m²
Potência instalada: 149 kWp
Geração estimada: 187,4 MWh/ano
Potencial de economia anual: R$ 126 mil (considerando bandeira verde em novembro de 2022).

Participantes da cerimônia de inauguração do complexo visitaram as placas fotovoltaica do CAD 3
Dirigentes e equipe do projeto visitaram as placas fotovoltaicas do CAD 3 Foto: Foca Lisboa | UFMG

 
 
 
 

Luana Macieira