O 1º Congresso Brasileiro de Evidências Clínicas na Covid-19, promovido pela Faculdade de Medicina da UFMG, deu início ontem (segunda, 3) às suas atividades, com apresentações de pesquisadores brasileiros e estrangeiros que são referências nas diversas abordagens do tema. O evento tem mais de 18 mil participantes inscritos, é on-line, gratuito e transmitido pela UFMG.

Na mesa de abertura, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, celebrou o papel da UFMG no enfrentamento da pandemia. “A universidade pública está atuando e atendendo às demandas da sociedade por conhecimento e informação. A UFMG não parou um minuto sequer. Estamos todos exaustos, mas em prol de algo de que nos orgulhamos demais. Só estaremos seguros se todos estivermos seguros, é momento de agirmos de forma coletiva. Continuar, cada vez mais, lutando pela prevalência da ciência”, afirmou.

O diretor da Faculdade de Medicina, Humberto José Alves, lembrou o histórico da instituição no combate a pandemias. “Fico muito honrado de fazer parte dessa história. Num momento de tanta desinformação, de perturbação da informação, este evento reúne evidências científicas, não só para professores, propiciando à sociedade em geral o acesso a essas informações. Esse é o nosso papel como instituição pública”, enfatizou. 

Assista ao primeiro dia do evento (para ouvir a tradução simultânea das palestras em inglês, clique aqui). 

Motivação
O evento é organizado por voluntários da UFMG e de outras instituições. Presidente do Congresso, a professora Milena Marcolino, do Departamento de Clínica Médica, destacou o impacto da iniciativa. “Desde o início da pandemia nos acostumamos a ouvir, tristes, números na casa do milhar em razão da pandemia. Só que hoje, 18.642 representa o número de pessoas motivadas a mudar essa realidade”, contabilizou, em referência ao público do evento.

O representante da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, Daniel Ferreira, ressaltou que “os recursos investidos em editais ainda no início da pandemia deram bons frutos”. O evento teve origem na pesquisa Registro hospitalar multicêntrico nacional de pacientes com covid-19, financiada pela Fundação, ação em que 37 hospitais colaboram na produção de evidências clínicas. A UFMG e o Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) apoiam a iniciativa do congresso.

Pioneiro no país, o evento aborda a covid-19 por diversos aspectos: tratamento, prevenção, vacinas, sequelas, impactos em saúde mental e efeitos indiretos (como aumento da violência contra mulher), entre outros. A programação do congresso segue até o dia 6.

Combate a fake news
Parte da mesma iniciativa, dois simpósios, no dia 7, terão apresentações de estudantes sobre temas diversos e debates sobre mitos e verdades que cercam a doença. As inscrições seguem abertas.

O simpósio Mitos e verdades sobre a covid-19 é dirigido à população em geral em linguagem acessível. As abordagens vão do  reconhecimento de fake news ao kit covid, passando por vacinação, máscaras, entre outras. 

Estudantes de graduação dos cursos da área vão conduzir o simpósio sobre evidências na covid-19, com assuntos como estratégias para o diagnóstico laboratorial, tratamento, papel dos estudantes e mundo pós-covid.