Você já ouviu falar na Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep)? Menos conhecida do que o CNPq e a Capes, a Finep também é um eixo importante do ecossistema de financiamento da pesquisa no Brasil. Criada como uma empresa pública, ela tem como missão promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à ciência, tecnologia e inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições. 

Mas também vem sofrendo com os cortes orçamentários que afetam a ciência no Brasil. Mais grave ainda, corre o risco de ser extinta ou de ter seu papel esvaziado caso o governo federal decida levar à frente o projeto de transferir o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para uma instituição bancária: o BNDES. No Outra estação desta semana (24/10) nós vamos explicar para você quais os impactos da Finep para o Brasil.

Para começar, nós esclarecemos o que é a Finep, que tipo de projetos ela financia e como ela se diferencia da Capes e do CNPq. Nós também falamos sobre as reduções orçamentárias que a empresa enfrenta nos últimos anos e os impactos dessa redução para a inovação e o desenvolvimento do setor produtivo no Brasil.

Outra questão abordada é o futuro do FNDCT. O Fundo é uma das principais fontes de recursos para o financiamento da ciência, tecnologia e inovação no país. Mas mudanças propostas pelo Ministério da Economia - que cogita retirar a Finep da administração do FNDCT - podem comprometer décadas de fomento ao setor no Brasil na avaliação dos especialistas com quem conversamos.

Por que a Finep é necessária?

Neste bloco nós trazemos exemplos práticos de projetos que receberam apoio da empresa: o CTNano-UFMG que está desenvolvendo pesquisas relacionadas a energias renováveis e materiais para o desenvolvimento de sensores; a bengala para cegos desenvolvida na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), um projeto de habitação social da Universidade de São Paulo (USP) e uma startup de tecnologia.

Para entendermos melhor como funciona o financiamento da Finep e os riscos à inovação no país em meio aos cortes orçamentários, falamos com a professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília Vanessa Cabral Gomes e com o coordenador do Observatório da Inovação da USP, Glauco Arbix, que foi presidente da Finep entre 2011 e 2015.

Um banco pode administrar uma das maiores fontes de recursos para ciência?

Neste bloco nós explicamos o que é o FNDCT e como a sua criação, há 50 anos, redirecionou os investimentos em ciência, tecnologia e inovação do Brasil. Nós também ouvimos especialistas que avaliaram propostas feitas pelo Ministério da Economia que podem modificar a administração do Fundo, passando sua administração da Finep para o BNDES, ou transformá-lo em um fundo de natureza privada.

Para isso, conversamos com a vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, e com o professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG Ricardo Ruiz. Também trazemos neste bloco os posicionamentos dos ministérios da Economia, da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações e da própria Finep.

Para saber mais sobre o tema:

Página da Finep

Plataforma para localizar empresas e instituições financiadas pela Finep

Página do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Índice Global de Inovação da Organização Mundial de Propriedade Intelectual

Ouça também os programas sobre o CNPq e a Capes

Produção:

O episódio 11 do Outra estação teve apresentação de Breno Benevides, produção de Breno Benevides e Luana Lima, edição e coordenação de jornalismo de Paula Alkmim e trabalhos técnicos de Breno Rodrigues. 

O Outra estação explora, semanalmente, um tema de interesse da sociedade, buscando dados e conversando com pessoas que possam trazer contribuições sobre o assunto. Na Rádio UFMG Educativa (frequência 104,5 FM), o programa vai ao ar às quintas, às 18h, com reprise na sexta, às 7h30. O programa também está disponível nos aplicativos de podcast.