Levantamento inédito sobre a percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil revela: os jovens defendem a ciência, mas desconhecem a produção científica do País. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, no início deste ano, a partir de entrevistas com 2,2 mil pessoas na faixa etária de 15 a 24 anos de idade, em 21 estados e no Distrito Federal. 

Os resultados mostram que quase 70% dos jovens têm interesse em ciência e tecnologia. O percentual é maior que o interesse em esportes, citado por 62% dos entrevistados, e em religião, que atingiu o patamar de 67%. O interesse por ciência e tecnologia só ficou atrás de meio ambiente, com 80% de interessados, e medicina e saúde, com 74%. Os dois temas também são fortemente ligados à ciência e tecnologia. Cerca de 70% dos jovens participantes consideraram que a ciência traz “muitos benefícios” para a humanidade e 82% concordaram com a afirmação de que “a ciência e a tecnologia estão tornando nossas vidas mais confortáveis”.

Embora a pesquisa revele grande interesse dos jovens pela ciência e tecnologia, respostas a algumas questões específicas são contraditórias a este posicionamento. Por exemplo: 25% dos jovens acreditam que vacinar as crianças pode ser perigoso e 54% acreditam que os cientistas podem estar exagerando sobre os efeitos das mudanças climáticas. 

O diretor de divulgação científica da UFMG,  Yurij Castelfranchi, também  pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, analisou os dados da pesquisa, durante entrevista ao programa Conexões.