Nesta segunda-feira, 8 de março, data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Editora Luas, por meio de um projeto de resgate, publica nova edição do livro Virgindade Inútil e Anti-higiênica, da escritora Ercília Nogueira Cobra. A obra resgata o ensaio Virgindade Anti-higiênica: Preconceitos e Convenções hipócritas, de 1924, e o romance Virgindade Inútil – Novela de uma Revoltada, de 1927. 

A brasileira, natural de Mococa, no interior de São Paulo, foi perseguida pelo Estado Novo, presa e torturada. Por isso, teve que ir para o Rio Grande do Sul. Alguns relatos de pessoas próximas da pensadora, presentes em Biografia de uma revoltada: Ercília Nogueira Cobra, de autoria de Maria Lúcia de Barros Mott, dariam conta de que ela teria fugido para o Paraguai.

Nos textos que compõem a obra Virgindade Inútil e Anti-higiênica, escritos na década de 1920, Ercília Nogueira Cobra apresenta críticas a uma cultura que objetifica, aprisiona e exclui as mulheres. A ideia da coleção Precursoras, que faz o resgate dos textos da autora paulista, é evidenciar obras de escritoras que foram invisibilizadas ou esquecidas ao longo da história da escrita e do livro no Brasil, resgatando uma produção rica e que também diz muito da história das mulheres brasileiras. 

A equipe responsável pelo livro Virgindade Inútil e Anti-higiênica inclui a editora Cecília Castro, a curadora Maria do Rosário e a pesquisadora Imaculada Nascimento, que conversou com o programa Universo Literário, da Rádio UFMG Educativa.

"Ercília foi uma mulher extremamente transgressora para a época dela e foi calada pelo governo, porque era uma mulher que falava sem papas na língua. As obras dela estão centradas em reivindicar para a mulher uma educação formal no mesmo patamar da educação dada ao homem na época", afirmou.

O lançamento do livro será às 19h, no canal da Editora Luas no Youtube.