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Morre, aos 47 anos, o professor Ricardo Salgado, da Faculdade de Direito

Velório ocorre nesta tarde, no Parque da Colina, em Belo Horizonte

Ricardo Salgado: simples, bem-humorado e pacificador
Ricardo Salgado: simples, bem-humorado e pacificador Foto: acervo de família

Morreu na madrugada desta terça-feira, 3 de dezembro, o professor Ricardo Henrique Carvalho Salgado, da Faculdade de Direito da UFMG. Ele tinha 47 anos e estava em coma havia cerca de dois meses, após uma parada cardíaca durante cirurgia para corrigir arritmia do coração. O velório ocorre nesta tarde, até as 17h30, na Capela Memorial I do Parque da Colina (Rua Santarém, 50 – Nova Cintra), em Belo Horizonte.

Ricardo Salgado era professor do Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito e integrava o corpo permanente do Programa de Pós-graduação em Direito. Foi chefe do departamento por quatro mandatos, até março deste ano.

Simples, bem-humorado, conciliador são alguns dos vários adjetivos que as pessoas escolhem para falar de Ricardo. “Ele foi um baita filósofo, adorado pelos orientandos, e capaz de apaziguar qualquer situação de desentendimento. Dedicou a vida à UFMG, adorava a Faculdade”, elogia o professor Renato Cesar Cardoso, ex-colega de departamento e amigo de longa data. Eles cursaram juntos, sempre na UFMG, a graduação, o mestrado e o doutorado. E foram aprovados no mesmo concurso para professor.

“Ricardo era como irmão para mim. Estudávamos juntos para provas, fomos a muitos congressos e festas, frequentávamos as casas um do outro. Meus pais adoravam ele e eu adoro os pais dele”, conta Renato Cardoso. O pai de Ricardo é o professor Joaquim Carlos Salgado, que foi diretor da Faculdade de Direito na gestão 2007-2011; a mãe, Maria Auxiliadora de Carvalho, a dona Dorinha.

‘Unanimidade positiva’
O professor Andityas Matos, outro colega no Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito, salienta que Ricardo Salgado foi uma “unanimidade positiva”. “Ele foi o exemplo vivo do chefe que não é chefe, que não tinha vontade de poder e por isso era a pessoa adequada para exercê-lo não em interesse próprio, mas no dos demais”, afirma.

Renato e Ricardo:
Renato e Ricardo: "irmãos" Foto: acervo pessoal

Secretária do departamento, Cynthia Menezes trabalhou por cinco anos com Ricardo Salgado e diz que o ex-chefe era muito atencioso e carinhoso. “Era também muito inteligente, tinha o raciocínio rápido. Não tinha vaidade”, ela relembra.

A vice-diretora da Faculdade de Direito, Mônica Sette Lopes, também vinculada ao departamento em que atuou Ricardo Salgado, diz que a ideia que lhe vem à cabeça ao falar sobre o ex-colega é a de pacificação. “Ele achava que os problemas deveriam ser enfrentados com tranquilidade e soube tornar nosso departamento muito melhor do que era”, depõe a professora. “A vivência com o Ricardo era amistosa, criativa, marcada pela liberdade. Ele deixa muitas saudades.”   

Ricardo Salgado pesquisou sobretudo na área de Filosofia do Direito, com ênfase em hermenêutica filosófica, Kant e neokantismo, idealismo alemão e filosofia da linguagem.

Ricardo era divorciado e deixa a filha Marina, de 11 anos.

Itamar Rigueira Jr.