Morre Egler Chiari, fundador da pós-graduação em Parasitologia do ICB
Professor era reconhecido internacionalmente por seus estudos sobre caracterização do 'Trypanosoma cruzi'
Faleceu neste sábado, 4 de julho, em Belo Horizonte, aos 86 anos, o professor titular e emérito Egler Chiari, aposentado do Departamento de Parasitologia do ICB e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Graduado em Farmácia Química pela UFMG em 1963, concluiu o mestrado, em 1971, e o doutorado, dez anos depois, em Parasitologia no ICB. Em 2005, recebeu o título de professor emérito da Universidade. Chiari foi um dos fundadores do Programa de Pós-graduação em Parasitologia da UFMG. Seu trabalho era focado em Protozoologia, com ênfase em caracterização bioquímica e molecular do Trypanosoma cruzi e diagnóstico parasitológico e quimioterapia experimental da doença de Chagas, campos de estudo em que era reconhecido internacionalmente.
Aposentou-se em 1992, quando publicou uma série de trabalhos sobre caracterização de diagnóstico diferencial da doença de Chagas com base na biologia molecular do protozoário causador da doença e em quimioprofilaxia experimental para aplicação em bancos de sangue.
Até o ano passado, contribuiu para o ensino da Parasitologia nos cursos de graduação e pós-graduação na UFMG, orientando várias dissertações de mestrado, teses de doutorado e supervisionando pesquisas de pós-doutorado.
Longas conversas
"Ele também era sócio honorário da Sociedade Brasileira de Parasitologia, consultor e pesquisador 1A, do CNPq", lembra seu amigo e colega de departamento Pedro Marcos Linardi, que classificou como "uma tristeza enorme" a partida do colega. "Era um grande cientista, professor e orientador. As nossas longas conversas sobre futebol, Atlético, Itália e a história do Departamento deixarão saudades", observou Linardi.
Segundo o professor Carlos Rosa, diretor do ICB, Egler Chiari ajudou a construir a excelência científica do Instituto. "O legado do professor Egler ficará para sempre entre nós", salientou.
"Sua morte deixa uma lacuna no ICB", lamentou a vice-diretora, professora Élida Rabelo, que também é vinculada ao Departamento de Parasitologia. "O professor Egler dedicou sua vida à ciência e ao estudo da doença de Chagas. Formou vários profissionais e colaborou com diversos grupos do ICB. Essas colaborações transformaram-se em grandes amizades", afirmou.